Gunamayi Shakti - Sua condição BRAHMI e seu Jogo no Mundo

Gunamayi Shakti é a energia ou poder que atua no mundo através dos seres humanos. Esta energia governa os humanos submetendo-os à eficácia de sua força. Neste número da Revista “The Suddha Dharma”, do volume VIII1, publicado por ocasião da Vaisahak Suddha Pournima2 com o objetivo de nos recordar da Cerimônia Anual oficiada pelos nossos superiores em Badari-vana, nos Himalaias, resolvemos apresentar um estudo sumário a respeito do ávido jogo desta energia. Gunamayi, ao manifestar-se em suas infinitas formas e aparências é ao mesmo tempo, o suplício e o bálsamo das almas individuais: eis porque torna-se necessário no Yoga-Sadhana3 tanto interno quanto externo.

Nanyam Gunebhyarra Kartaram – é o que o GITA diz. De fato, não há nenhum outro agente ou provocador das ações além das Gunas – assim está explicitado na Gita. A palavra “Guna” significa atributo ou qualidade e “Gunamayi-Shakti” é esta energia qualitativa.4 Entendemos por ATRIBUTO ou qualidade aquela propriedade inerente e natural no homem e que lhe confere a forma-padrão que lhe é peculiar. Esta propriedade natural recebe o nome de “swabhava” e caracteriza a matéria primordial que entra na construção da forma ou feição humana. Daí “swabhava” ser denominada matéria primordial - swabavaha prakritischeti. Mas o homem não é feito apenas pelos constituintes desta matéria-prima densa. Há nele também um sutil “Princípio de Vida” (ou Germe de Vida) – o Atman. Assim sendo, “swabhava” é igualmente atribuída à natureza átmica no homem. Portanto, nós vemos que existem duas naturezas fundamentais no homem: a natureza átmica (ou relativa ao Princípio de Vida que nele habita) e a natureza prakritica (ou relativa à matéria física que o compõe).

Estas duas naturezas são conhecidas respectivamente como espiritual e material. Entretanto ATMA e PRAKRITI (Espírito e Matéria) em si mesmos são meramente princípios estáticos.

O dinamismo requerido para a ativação destes dois princípios (Espírito e Matéria Primordial) é fornecido por Gunamayi-Shakti sobre a qual estamos agora expondo. Em virtude desta associação dinamizadora com ATMA e PRAKRITI e como consequência disto resultam dois aspectos:

O ATMAPARA associado com ATMA
O PRAKRITI-PARA associado com a PRAKRITI.
Antes de passarmos ao estudo destes dois aspectos, vamos ter uma idéia da Shakti em si mesma. Primeiramente, Shakti, que significa Brahma Shakti ou YOGA DEVI, tem também três vertentes que são: DEVI ESHA E GUNAMAYI como está afirmado no Gita5 – “daivihyesha gunamayee mama maya, etc.” O termo “Maya” (citado acima) não significa exatamente “ilusão” mas sim aqueles três aspectos da Brahma-Shakti (Devi, Esha e Gunamayi) que fazem manifestar o misterioso e incognoscível Brahm no mensurável Jagat ou Universo, diversificando-se desde a forma de uma ameba até a de Narayana, ou Paramatma. Cada uma destas três Shaktis age conforme os detalhes de funcionamento neste Brahmanda juntamente com seu Agenciador ou Promotor particular. Há três Promotores ou Agenciadores da manifestação de Brahm, a saber:

O Paramatma ou Sarveshwara, que é o Senhor do Cosmo inteiro com todos os seus componentes;
Os Avatarapurushas, que são as encarnações divinas6 e
A Espécie Humana.
No que diz respeito à criação, sustentação e convergência (entendida como destruição de resíduos) ou destruição, a Devi-Shakti funciona em conjunto com o Paramatma, em um processo contínuo que não se sabe quando começou nem quando acabará.7 Esta energia ou poder divino, a Devi-Shakti, também conhecida como MAHACHAITANYA é da natureza de pura luz. O veículo material que reveste o PARAMATMA é conhecido como Devi-Prakriti e é de tal modo translúcido que é impossível diferenciá-lo do próprio Paramatma a quem reflete.

Esha Shakti são as partículas que revestem os Avatara-Purushas, que descem ao nosso mundo como Encarnações Divinas para proteger o Dharma Eterno e também para dar início a dharmas particulares de acordo com as necessidades de tempo e de lugar e que se sucedem conforme o plano de Deus em cada época específica. Tais Avataras exercem com um absoluto livre arbítrio a implantação, manutenção e conclusão de suas missões, com suas possibilidades facilitadas por causa desta “Esha Shakti” que, melhor explicando, é o nome dado a oito poderes superiores ou “Ashta-Maha-Siddhis”.8 O termo Esha é conhecido como sendo ele mesmo estes poderes porque ele é a Shakti ou Energia que canaliza e operacionaliza um propósito em particular: o KARYOPAYOGIM. Consequentemente os Ashta-Maha-Siddhis ou grandes poderes exercidos pelos Avatarapurushas para suas missões são todos pertencentes a “Esha”. Esses oito Siddhis são:

Anima que é o poder de tornar-se o menor dos menores;
Mahima que é o poder de tornar-se o maior entre os grandes;
Prakamyam que é o poder de exercer o livre arbítrio e atuar com deliberação própria;
Vasitwam que é o poder de controle e de atração;
Garima que é o poder de tornar-se o mais pesado entre os pesados presumido de importância;
Saghima é oposto e ao tornar-se mais leve que o levíssimo tem assim a levitação ao seu alcance;
Isatwam que é o Poder da Soberania de Deus;
Prapti que é uma das conquistas do desfecho em vista.
Já a Shakti (Energia) com a qual os seres humanos funcionam é conhecida como Gunamayi-Shakti e toma duas direções como já afirmamos: Atmapara e Prakritipara. É por causa destas duas direções que o homem é sempre de uma personalidade fragmentada, dividida. É que a dualidade da manifestação no mundo tem uma correspondência dentro dele.

No caso dos Avataraspurushas isto não se processa assim porque seus seres vivem em estrita identificação com o Princípio Átmico de seu ser interno, para sempre. Portanto quando Krishna diz “AHAM” ou “EU” é o mesmo que dizer ATMAN - “Aham Atma Gudakesa”. O AHAMKARA9 que nos homens é identificado como o egoísmo, é necessário nos avatares para que realizem seu propósito ou missão específica e é chamado de “Suddha-Ahamkara” - um tipo de Ahamkara puro, luminoso e diferente do nosso Ahamkara que é “assuddha”.10 Nosso Ahamkara adequa-se a sua identificação prakritica e isto nós ainda temos que redirecionar em nós, ou seja, temos que subjugar esta identificação prakritica.11 Se nós nos identificamos com este tipo de “Ahamkara assuddha” será ruim, pois ele nos cria uma grande escravidão. É por isso que os Avatarapurushas são encarnados em um corpo constituído de partículas “ESHA” as quais obedecendo à predominância átmica faz com que eles tenham personalidades singulares e unitárias. Seus corpos são também construídos, porém com Kalyani-prakriti (material glorioso). São corpos de arrebatadora beleza como é descrito no Baharatanyakopanishad: “Yatthe roopam Kalyantaman tathé pasyami”. As encarnações divinas como Rama, Krishna, Buddha e outros, são famosas por suas nobres e graciosas presenças, e não foram fragmentadas como nós. Ao observarmos a razão porque somos fragmentados percebemos que é por causa da perpétua luta e competição entre Espírito e Matéria, que sempre acontece em nós, cada um dos dois tentando obter a supremacia sobre o outro. Nesta disputa o aspecto Matéria geralmente começa com uma vantagem sobre o Espírito. E, a não ser que o Espírito seja capaz de tornar-se forte, através de meios apropriados, acaba geralmente vencido e sucumbe à Força-Materia, tornando-se prisioneiro dela. Este Espírito ou Princípio de Vida que está sob a escravidão é conhecido como Jivatma ou Alma Individual. A Gunamayi Shakti refletida através da matéria é que causa a escravidão, e, tornar-se livre desta prisão é a meta daqueles que buscam a realização. É com tal objetivo que os vários ensinamentos das Religiões no planeta têm sido libertadores, cada Religião ensinando a uma grande parte da população mundial sobre a necessidade de encontrar sua capacidade de libertar-se.

O aspecto que enlaça a alma ao corpo, ou aspecto Prakritipara da Gunamayi Shakti, é conhecido como as trigunas ou três Gunas: Satwa, Rajas e Tamas. “Satwam rejastama iti gunccha prakriti sambhavaha;” e “nibadnandi mahabaaho dehe dehinamavyayam”. A natureza e o funcionamento destas qualidades podem ser aprendidas através do Sri Bhagavad Gita.12 Destas três qualidades Satwa é a melhor, e conduz à ascensão, enquanto Tamas é exatamente o oposto, levando à inferioridade e Raja encontra-se entre uma e outra. Nos homens, embora estes três atributos estejam presentes nos seus constituintes atômicos corporais, chamados de Swarupa Prakriti, um atributo está sempre dominante no seu corpo. Esta predominância é notada no tipo de atividade em que o homem mostra seu maior interesse. Isto é conhecido como Shradha – zelo, aspiração ou motivação pessoal. Quando tal Shradha toma um rumo tamásico, as atividades convergem para as coisas pertencentes às necessidades físicas exclusivamente, provendo seus prazeres e gostos e, muitas das vezes, com tendência destrutiva. Se o rumo da Shradha ou zelo é rajásico, há uma perpétua locomoção e uma atividade incessante e impaciente com visão e perspectiva limitada. No caso de Satwa, o curso das atividades toma uma feição de cultura do espírito, do essencial, tendo em vista a felicidade e o conhecimento.

O nome “Shradha ” é dado a Gunamayi Shakti em si mesma e no seu estado original, e é também declarada e conhecida como Brahmi-Shakti, diferente de Brahma Shakti, a respeito da qual falaremos agora.

A Gunamayi Shakti no seu aspecto Atmapara, em associação com o Princípio de Vida, constitui as tão conhecidas três shaktis: Gnana, Kryia e Iccha sendo estes aspectos conhecidos também como Atma Shakti.

A batalha pela supremacia entre Atma e Prakriti não é bem uma disputa entre elas, já que elas são estáticas em natureza, como podemos perceber na Gunamayi Shakti, quando ela se reveste dos dois aspectos. Na região mental13 do homem, onde este conflito tem lugar, as três atmaparashaktis, Gnana, Kryia e Iccha não são vencidas, mas tornam-se afetadas e corrompidas pela influência de cada uma das três prakriti-para-gunas. Temos assim três tipos de Gnana, três tipos de Iccha e três tipos de Karma (Kryia) conforme está dito no “MAYAGITA” capítulo décimo do Bhagavad Gita slokas de 9 a 18. Tudo isto toma um curso totalmente material, porque o campo mental onde este conflito tem lugar, junto com os órgãos sensoriais, é material, tendo assim uma aparência ou representação externa na esfera do mundo material. Com o propósito de reverter este processo e provocar a operacionalização das três atma-shaktis não corrompidas pelas gunas, é requerido que a veneração da matéria seja abandonada gradualmente, e Atmopasana seja adquirida através do cultivo prioritário, das oito qualidades átmicas14 as quais muito se tem falado nas páginas do Suddha Dharma Mandalam.

O abandono do culto à matéria consiste na recusa de ser influenciado pelas três gunas da Prakriti, pela transcendência delas e pela obtenção de um estado de nistriguna ou gunatita, como é chamado no Gita. No reino das gunas, isto não pode ser feito do dia para a noite, e sim progressivamente, isto é, a pessoa tem que buscar primeiramente produzir em si mesmo a influência sátwica. Este esforço vai proporcionar um empurrão para cima, e exercer uma influência sintetizadora. O estado ou condição “Gunatita” é aquela onde Gunamayi Shakti brilha por si mesma, individida como Gunamayi Yoga Shakti. Isto é também chamado no Gita como a obtenção do Brahma Stiti. Yogues conhecidos como Hamsas e Paramahamsas afirmam ter obtido este estado como um resultado da purificação trazida por Samnyasa,15 que é uma prática não influenciável pelas três gunas.

O maior ensinamento do Gita consiste em mostrar a maneira de transcender as três gunas e permanecer no estado Brahmi, onde a influência da Gunamayi Yoga Shakti é diretamente recebida. Este é também o estado de “Samatwa”- equilíbrio ou equanimidade - que é Yoga de acordo com o Gita, como todos sabem. As três Atmas Shaktis: Gnana, Kryia e Iccha, que no estado ou condição Brahmi estão sob a influência direta de Gunamayi Yoga Shakti são então aspectos transmutados como Gnana Yoga, Iccha ou Bakti Yoga e Karma Yoga. O aspirante que deseja alcançar o plano Mahat, que está acima do plano Manas, inicia funcionando com Gnana Yoga, depois com Bakti Yoga e depois com Karma Yoga, quando é conhecido como Sankyaadhikari.

Se por outro lado ele aspira ao plano Avyakta, o qual está acima do plano Mahat, então ele é conhecido como Yogui começando a funcionar com Karma Yoga, depois com Bakti Yoga e após com Gnana Yoga, até finalmente funcionar com Atma Yoga. Estes dois caminhos estão revelados no Gita como “Gnana yogena sankhyam, Karma yogena yoguinam”.

É isto que é conhecido como permissão para o Atma atuar nas três esferas: do conhecimento (Gnana), vontade (Iccha) e atividade (Karma); esta operação é seu natural “Vyavasaya” ou funcionamento.

Este estado organizado de vida surge somente quando as gunas prakríticas são transcendidas. Portanto, em um processo de estudo, tendo em vista a aquisição de Brahmi ou Gunamayi Yoga Shakti, o Japa ou entoação do Ekashara próprio, ou palavra de único som, é necessário. Esta Shakti é Ekasharapara e é susceptível a um único som o qual é capaz de proporcionar a efetiva obtenção do Brahmi estado. A concessão desta palavra ao aspirante, e que lhe é pessoal e particular, pertence à categoria dos ensinamentos secretos, transmitidos pelos Maiores do Mandalam. A disciplina comum considerada para isto é acrescida de três processos ou práticas denominadas Swekara, Charcha e Prapti. Swekara significa a invocação da Gunamayi Yoga Shakti, com o fim de obter sua influência diretamente.

Charcha consiste no funcionamento no mundo dos opostos – prazer e dor, com o auxílio da shakti invocada, a qual auxilia na manutenção do verdadeiro discernimento, e é conhecida como Tapas ou austeridade.

E Prapti é uma prática que significa a contactação com o Guru ou Mestre Suddha, com o objetivo de aprender e conhecer o funcionamento dos Koshas.16 A disciplina prescrita no Chandogaya Upanishad (2-23) corresponde ao método Suddha acima descrito. A disciplina fala de:

Yagna Adhyayana e Dana, que correspondem a Swekara;
Tapas, que corresponde a Chacha;
Brahmacharya Acharya Kuluvasini que correspondem a Prapti.
Por Yagna entende-se a realização das ações com espírito de dedicação. Adhyayana significa estudo dos princípios da Ciência Sintética do Absoluto, e Dana consiste no oferecimento inteiro de si mesmo a Brahman, o que está estabelecido no famoso mantra “Hamsa soham”, também conhecido como Saranagati mantra, ou mantra de rendição de si próprio a Brahman.

Todas estas três práticas permitem a aquisição de Brahmi Shakti, uma vida com discernimento no mundo, em sintonia constante com o Guru para o propósito acima explicado e para aprender também a galgar os degraus que levam à meta que é Brahman Samypia ou aproximação ininterrupta a Deus (Brahm).

Desta forma nós aprendemos dos ensinamentos dos Suddhacharyas a natureza e funcionamento das Shaktis especialmente da Gunamayi Shakti, pela qual os seres humanos são governados. Aprendemos também de que forma uma consciente associação com Gunamayi tem de ser efetuada pelo aspirante a fim de sobrepujá-la e libertar-se transcendendo as gunas.17 Por isso pode-se dizer que a Prakritipara Shakti é conhecida como shakti asúrica e a Atmapara Shakti como Shakti Daivica, a primeira causando escravidão e a última liberdade, ou “Swatantra”.

Os ensinamentos e Dikshas (iniciações) administrados pelos Suddhacharyas têm por objetivo esta finalidade. Os constituintes corporais, como uma resultante das práticas prescritas, suportam uma lenta e gradual transformação que conduz a acessar Devi Prakriti. Aqueles homens que obtiveram tal transformação completa são conhecidos como Mahatmas, adoradores do Cósmico, do Senhor de Tudo, o Paramatma morando nele – Mahat manastu mam partha daivim prakritimasritaha. Concluindo exortamos aos aspirantes que busquem ativamente começar a produzir em si as oito qualidades de Atmaparagunas como o primeiro passo para vencer a aquelas da Prakriti.

A FÓRMULA PARA ISTO É A ATMOPASANA OU ADORAÇÃO DO ATMA EM NOSSOS CORAÇÕES, POIS ELE É O ISHWARA EM NÓS.

Nos ensinamentos dos Vedas e da Vedanta é necessário apenas chegar à aquisição do estado sátwico. No Bhagavad Gita, porém, é ensinada a transcendência também de Satwa. Os outros degraus serão revelados somente depois deste primeiro passo.

Possa os corações dos aspirantes sentirem-se cheios de felicidade por estes ensinamentos dos Suddhacharyas e possam os Maiores do Mandalam estar em suprema Alegria.

OM TAT SAT

Sri Janardana

NOTAS

Este texto é o editorial escrito por Sri Janardana, em Madras (Índia), na publicação do Vol.VIII nº1 da Revista “The Suddha Dharma” em 1951. A referida Revista foi publicada trimestralmente por Sri Janardana, a partir da década de 1930 e era devotada ao Estudo da Ciência Sintética do Absoluto (Yoga Brahma Vidya) e da Filosofia Suddha.
Esta cerimônia é um encontro ou Assembléia Anual dos Anciãos do Suddha Dharma Mandalam, de Mahatmas e outros Grandes Seres, nos Himalaias, em uma região sagrada e com propósito elevados visando o bem do Planeta Terra e irradiando bênçãos para nosso mundo. Ver mais sobre Vaisahak Suddha Pournima (Cerimonial de Lua Cheia de maio) no quadro da página 17 da publicação “Ecos da Síntese” de outubro de 2004, publicada e distribuída pelo Instituto Cultural para o Florescimento do Homem – Grande Síntese / Santana do São Francisco / Sergipe. Telefone (79)3214-4015. E-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. .
Yoga-Sadhana é o conjunto de disciplinas espirituais que o aspirante deve seguir para a busca e obtenção da REALIZAÇÃO.
GUNAS – ver estudo completo sobre as trigunas nos capítulos IX e X da tradução em português feita por Haydée Touriño Wilmer do Bhagavad Gita / SDM. As GUNAS não são meramente acidentais na matéria: elas são atributos da mesma natureza da matéria e a qualificam, pois entram em sua própria composição. GUNA é, pois, o modo como a matéria se apresenta: satwa, rajas ou tamas. Satwa é o modo harmônico, puro, lúcido, equilibrado, bondoso da matéria se apresentar e predomina sobre as outras duas qualificações. Rajas é o modo apaixonado, inquieto, cheio de luta e atividade, com afã e dor, da matéria se apresentar e é a que predomina na espécie humana. Tamas é a maneira confusa, apática, cheia de inércia e de ignorância, é o modo obscuro da matéria se apresentar. Prevalece nos brutos, nos seres ainda primários. Mas, na matéria caótica estas três gunas estão perfeitamente equilibradas entre si e, portanto, todas as potências e energias que surgem no Universo estão, a princípio, como que em repouso (como uma semente). Ao se tornar manifesta, ao se apresentar ou representar no mundo da forma, este equilíbrio é rompido com a predominância de uma destas três qualidades, a cada tempo. Não há pois um só ser manifesto, seja um ser humano ou não, que esteja completamente livre das Gunas (somente o Puro Espírito Universal). O que se busca é a SÍNTESE das três e a isto chamamos transcender as trigunas, ou seja, libertar-se delas, ir além de seu aprisionamento estando, todavia, no funcionamento trigúnico do mundo.
Ver slokas l, 2 e 3 do Cap.X do Srimad Bhagavad Gita – Tradução em português de Haydée Touriño Wilmer. Palestras sobre este e outros temas correlatos acontecem semanalmente na Sede de Aracaju do Instituto Grande Síntese – Avenida Augusto Maynard 124 – Bairro S.José – Aracaju – Sergipe.
Sobre as Encarnações Divinas ler o “Ecos da Síntese” de maio de 2005 que trata do Siddhavatar da Era Aquariana.
Devi Shakti significa Energia Divina. É a força potenciadora utilizada pelo PARAMATMA ou Ser Supremo para a realização dos propósitos cósmicos. Há um processo ininterrupto de criação, sustentação ou manutenção do que foi criado e conseqüente convergência para um novo centro de manifestação. O termo “convergência” aqui usado pelo autor, pode ser entendido como a destruição daquilo que já foi concluído (que já cumpriu o seu propósito) de forma a processar a convergência das energias e para a emergência de um ciclo novo do propósito cósmico.
Siddhis são poderes ou faculdades extraordinárias e fenômenos adquiridos por Yogues de grande evolução espiritual. Existem, todavia dois grupos distintos de Siddhis. O primeiro refere-se a faculdades ou poderes do “eu inferior” como a vidência, algumas faculdades mediúnicas comuns, a telecinésia, faculdades de engolir pregos, andar sobre brasas, deter as pulsações do coração e outras mais. Estes tipos de poderes, se mal utilizados, podem vir a obstaculizar a progressão na verdadeira evolução espiritual. O segundo grupo pertence ao “Eu Superior” e só são adquiridos após alcançar elevado estágio de evolução; são eles a clarividência, a telepatia, o dom de curar e outros elevados dons. Maha é traduzido como “grandes, superiores”.
Ahamkara – A tradução literal deste termo é “consciência de si mesmo” ou “individualidade do Eu”. Melhor explicando, é o AHAMKARA que dá a um ser a noção de separatividade, de um Eu separado, durante o tempo em que o sujeito está evoluindo na matéria manifesta. Traduzir Ahamkara por egoísmo simplesmente é um equívoco. No homem comum o Ahamkara parece ser o próprio egoísmo porque, em geral, o homem identifica-se com ele já que o Ahamkara tem seu ponto de apoio na mente emocional. Mas de fato, ele não é bom ou mau em si mesmo. No entanto é ele que nos dá uma auto-identidade individualizada, e nos dá ilusòriamente uma noção de estarmos separados do EU ÚNICO UNIVERSAL, do SER SUPREMO. Portanto o Ahamkara não é o EGOISMO, mas dá origem ao mesmo e também ao egocentrismo, na personalidade humana.
Assuddha e Suddha – Suddha significa transcendente, perfeito, imaculado. Assuddha significa o contrário: imperfeito, inferior, impuro (fora do padrão original).
Isto pode ser alcançado quando, pouco a pouco, vamos redirecionando a consciência de nossa identidade para a comunhão com o Eu Universal e com todos os outros “Eus”, concomitantemente. Ao conseguirmos realizar que a separatividade (individualidade ilusória do Eu) só existe na forma, na manifestação exterior, conectamos o SER DIVINO em nós, o ÚNICO, o IMUTÁVEL. O SER ABSOLUTO e que é Aquele que É em todos os seres. OM.
Ver Capítulos IX e X do Srimad Bhagavad Gita, versão SDM, já citada.
A região mental aqui citada não se refere ao intelecto ou mente intelectual e sim a “manas” ou “mente - emocional”.
As oito qualidades aqui citadas pelo autor são: Amplitude de visão ou discernimento, ausência de orgulho, inofensividade ou não violência, tolerância, retidão, pureza (de corpo, emoções, pensamentos e coração), firmeza de caráter ou perseverança, ausência de egoísmo ou desejo genuíno de que todos os seres sejam felizes.
Um ensaio de Sri Yanardana sobre Samnyasa será o tema de um dos próximos números de ‘ECOS DA SÍNTESE’.
KOSHAS – são os corpos ou envolturas do ser humano. São formas vibratórias mais sutilizadas ou menos, que envolvem o estado manifesto do homem. Os Koshas ou corpos são: o corpo físico (formado por alimentos), o duplo etérico (formado de energia vital ou Prana), o corpo emocional (formado pelo corpo astral e pelas emoções do mental inferior), o corpo cognoscitivo ou bhúdico (do intelecto superior e da razão) e, finalmente, o corpo de Glória ou Anandamayakosha (todo bem-aventurança). À medida que o aspirante avança pela prática constante da meditação ele vai elevando sua consciência dos corpos mais densos aos mais sutis.
Apesar de estar existindo e funcionando no mundo das dualidades (terrenas).

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