Não há registro histórico que indique exatamente quando começou a verificação das coisas do Coração, mas sabe-se que a simbologia nasceu com registro escrito na cultura judaica, há mais de 3 mil anos mais ou menos. “Os hebreus antigos já associavam os sentimentos ao coração, talvez pelo aperto no peito que realmente sentimos quando tomamos um susto, sofremos alguma angústia ou passamos por um momento de euforia”, explica o historiador Edgard Leite, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A sensação é causada pela descarga de adrenalina, que faz a pressão arterial subir e acelera o batimento cardíaco. Só que os antigos não conheciam o papel do coração na circulação, descoberto pelo médico inglês William Harvey (1578-1657), no século 17. Para os cristãos, o coração sempre abrigou a essência do ser, permitindo a aproximação entre Deus e os homens. E, como o cristianismo acredita também numa relação direta entre o amor e a espiritualidade, o coração acabou virando símbolo desse sentimento. Outros povos, como os ianomâmis da Amazônia, não relacionam Coração com o amor ou com qualquer um dos órgãos do corpo. Para eles, o lugar do sentimento é abstrato, em alguma parte da alma. O coração espiritual não é lugar de descargas emocionais apenas. Pelo contrário, é o lar do habitante sutil. É a casa secreta do espírito. No entanto, há muito tempo o ser humano vem conspurcando esse templo interno. E, ao submeter-se à influência de suas emoções densas, ele permite que outras consciências, extrafísicas, também carentes de sentimentos nobres, se conectem às suas energias, instalando em sua aura, então, os processos de vampirismo psíquico. Urge que o habitante terrícola exonere-se das emoções conflitantes de sua vida. Pois, sem equilíbrio emocional, o coração do homem tolo pode se tornar “terra de ninguém” sem consciência. Mais do que nunca, é essencial meditar nos ensinamentos do mestre Jesus, que exaltava aos homens o cuidado com a qualidade de seus pensamentos e ações. Não foi à toa que Ele disse, “orai e vigiai!”. Orar é conectar-se ao Alto, em espírito e verdade. E vigiar significa manter a casa mental em ordem e o coração limpo. O homem é muito mais do que pensa. É espírito. É centelha divina na carne. E há um tesouro de luz em seu Ser. Portanto, é mister e urge que cada um descerre o véu do mistério que encobre a riqueza que o Grande Arquiteto Do Universo deixou em seu coração. Que o Amor dissolva as brumas das ilusões. E que a consciência desperte! Porque o coração não é lugar de coisas ruins. Não, não! É o centro do espírito. E é o lar da Luz.