“No princípio era o Verbo e o Verbo era Deus, e o Verbo estava com Deus”. Isto disse a declaração bíblica de São João. Esta frase enunciada na Bíblia e que não aparece explicada é OM, tal como se expressam as escrituras sagradas na Índia. Se nos tem dito que esta palavra OM representa o PARA-BRAHMA o absoluto.
Se tem estabelecido que o PARA-BRAHMA possui dois estados diferentes; um deles, o superior ou Sintético, o qual não é possível explicar mediante a palavra falada e este PARA-BRAHMA que é o absoluto, cada pessoa tem que alcançar mediante esforços próprio e individual.
O outro estado de PARA-BRAHMA que é inferior, é o analítico e constitui a base de toda manifestação no mundo. Isto é o que na Bíblia significa ao referir-se ao Verbo segundo o que temos expressado. Assim, também, a totalidade de nossos conhecimentos, sejam estes quais forem, têm como base o OM, em seu aspecto analítico representado com as letras AUM.
Esta palavra OM se denomina Akshara e corresponde ao abstrato conceito denominado tempo, manifestado como passado, presente e futuro no mundo. Esta particularidade se tratará como um tema à parte para a devida compreensão.
Procuramos agora compreender esse Akshara ou palavra OM como um nome. Se diz que esta palavra indica Deus, isto é verdade porque, entoando devidamente este nome o tempo necessário logramos realizá-lo. Para nós que seguimos a doutrina do Sudha Dharma, Deus da Terra é Sri Bhagavan Narayana. De maneira que entoando seu nome e pronunciando o Mantra OM NAMO NARAYANAYA, que consiste de oito sílabas, podemos realizar a Narayana como existente no fundo do nosso coração.
Primeiramente entoamos o “OM”, em seguida “Namo” e depois “Narayanaya”. Enquanto OM em sânscrito é uma sílaba, Namo contém duas sílabas e Narayanaya é formada de cinco sílabas, ou seja um total de oito sílabas. O significado desta frase “OM NAMO NARAYANAYA” é: Prosterno-me e entrego-me a Narayanaya. A palavra Narayanaya indica o nome de Deus. Ela representa o PARA-BRAHMA. O que entendemos por “nome” no idioma Sânscrito é representado pela palavra “NAMA”.
Procuramos agora conhecer o processo de evolução que ocorre no sistema interior de nossos corpos como resultado da entoação do Japa “OM NAMO NARAYANAYA”.
Primeiro: como resultado da prática do Japa vossas palavras (vak) se purificarão e lhes fará um habito de veracidade e bondade ao falar; ademais, gerais em vós mesmos a capacidade de saber mais.
Segundo: quando vossas palavras tenham se purificado, também se purificará vossa mente , ou “manas”, a qual lhe permitirá alcançar o “céu mental”.
Terceiro: como resultado da purificação mental se adquire a capacidade ou shakti, de conceber idéias e resoluções (sankalpa) justas para saber atuar corretamente.
Quarto: as idéias corretas da mente dão por resultado que vossos pensamentos (denominados chitta) se purificam e estes lhe permitirão alcançar um estado de libertação das ligaduras do mundo, e assim podereis seguir os caminhos da alta espiritualidade.
Quinto: havendo se purificado os pensamentos se faz possível então a correta meditação (Dhyana).
Sexto: na medida em que se cresce na meditação, se obtém elevados conhecimentos divinos, e estes nos permitem compreender cada vez mais seus segredos.
Sétimo: com o despertar de maiores conhecimentos divinos se adquire saúde física e mental.
Oitavo: mediante a saúde física e mental, aumenta nossa capacidade de trabalho a fim de conseguirmos meios de nos alimentarmos devidamente.
Nono: a alimentação apropriada tem por resultado que a fluidez do sangue do organismo humano consegue funcionar mais eficientemente.
Décimo: quando funcionam devidamente os alimentos e a fluidez do sangue no organismo, se gera neste o calor que possibilita a assimilação. E este fogo produz um resplendor que, como aura sutil, envolve o corpo humano e o homem pode assim criar desejos corretos.
Décimo primeiro: o resultado de obter o resplendor devido à geração do fogo é que o homem consegue penetrar o estado mais sutil, chamado éter, e que em sânscrito se denomina Akasha: este veículo é o veículo do SOM.
Décimo segundo: posteriormente se reforça a memória, e isto é seguido pela aceleração do funcionamento interno. Com a palavra memória se dá a entender a recordação do nosso próprio ser interno, o qual traz o conhecimento das vidas passadas. E isto é possível a todos aqueles que são sumamente devotos de Sri Bhagavan Narayana.
Décimo terceiro: a conseqüência desse aumento de memória é que se gera um profundo e intenso desejo de alcançar um mundo mais elevado, ainda permanecendo no corpo físico, e também que se cumpra tudo aquilo que se tem solicitado nas orações.
Décimo quarto: da intensidade desse desejo superior provém o resultado de que se consiga alcançar a força vital (Prana) que funciona em nosso corpo. Isto é, se alcança o corpo prânico, o corpo astral como se chama, que é superior ao corpo físico. Este corpo prânico é um veículo organizado existente no interior do organismo humano. É neste corpo ou veículo que reside o Jiva, ou alma individual de cada um de nós. E este mesmo Jiva dentro de nós é que nos permite funcionar no mundo com um nome e uma forma. Portanto, desde que começamos a entoar o nome de “OM NAMO NARAYANAYA” se levam a cabo estes processos evolutivos internos até alcançar o resultado décimo-quarto de chegar ao corpo astral ou veículo prânico. Este nosso mundo está constituído inteiramente por essa formas físicas e prânicas.
Unicamente depois de haver alcançado este estado interno, pode se dissertar, por iniciativa própria, sobre as particularidades espirituais e transcendentais da existência. Portanto, para poder chegar até o veículo prânico ou corpo astral é muito importante, para uma evolução superior, executar devidamente a entoação ou Japa do “OM NAMO NARAYANAYA”.
Quando se consegue chegar a este estado em que se opera a força vital ou Prana, o resultado Décimo quinto é que o ser humano se converte na personificação da mais absoluta veracidade “Satya”.
O resultado Décimo sexto, proveniente da absoluta veracidade de pensamento, palavra e ação, é que se adquire o conhecimento de PARA-BRAHMA ou o Absoluto.
Conhecimento do PARA-BRAHAMA, significa lograr o conhecimento intimo de nosso próprio Atma existente em nosso próprio coração. Nisto consiste o resultado Décimo sétimo. Este conhecimento do Atma está associado a poderes espirituais. Posteriormente, se chega a dar conta que o Atma está presente em todas as partes, interior e exteriormente.
A este Atma se adora em todos os seres sob qualquer nome com que se designe no mundo, seja João, Rama ou Subramanya. Isto quer dizer que se vê o Atma, seja qual for seu nome. Se adquire então um estado de absoluta felicidade e alegria com aquela “paz que escapa a toda compreensão” e também uma maior inteligência. Por isto mesmo, para todos nós que vivemos no mundo de subjugação e servidão, o “Japa” de “OM NAMO NARAYANAYA”é o mais seguro para progredir até uma glória maior.
Por isso, Bhagavan disse: “Atma Akasha Dehasyat Chitroopa”, que significa “Atma possui o corpo de Akasha ou sem ele sua forma é a do pensamento ou “Chit”.
OM TAT SAT
Sri Anantram