O Consumo de Bebidas Alcoolicas

O consumo de bebidas alcoólicas é praticado desde os mais tempos mais remotos. Achados arqueológicas relacionam seu consumo a celebrações pagãs ou religiosas, em grupos ou individuais. Mas, foi a partir da organização das sociedades que seu consumo foi incorporado a padrões sociais aceitáveis. O álcool não é percebido no imaginário social como droga.

No Brasil o consumo de bebidas alcoólicas antecede a chegada dos portugueses. Os índios que aqui estavam consumiam o Cauim, produzido a partir da fermentação do milho e da mandioca.

Na sociedade ocidental contemporânea o consumo de bebidas alcoólicas é visto como parte da sociedade “normal”. Apesar de haver estudos que associam benefícios a seu consumo, não deveria haver nenhum estímulo para popularizar ainda mais seu consumo. Na verdade, deveria ser visto como um grave problema de saúde pública pois, beber em demasia está relacionado diretamente a pelo menos 60 tipos de doenças e lesões como cirrose, pancreatite, canceres de cólon, reto, mama, laringe, fígado, esôfago, boca e faringe, transtornos mentais, epilepsia, hipertensão, diabetes, má formação de fetos e a outras 200 indiretamente pois, é risco de transmissão para HIV/Aids e tuberculose por exemplo. O consumo de álcool também esta associado a problemas sociais como homicídios, agressões, negligência contra crianças, acidentes de trânsito e faltas ao trabalho.

A grande facilidade de acesso, em função do baixo preço, acoplado a uma avalanche de propagandas que apresentam as bebidas alcoólicas como sendo produtos inofensivos e agradáveis, leva seus consumidores a dependência física e psíquica e, por se tratar de uma substância potencialmente cancerígena, não existem níveis seguros para seus consumo.

De acordo com os dados do Relatório Global sobre Álcool e Saúde da OMS- Organização Mundial da Saúde (2011), cerca de 4% das mortes no mundo são atribuídas a bebidas alcoólicas, superando as causas por HIV/aids, violência e tuberculose.

A OMS estima que 2 bilhões de pessoas no mundo consomem álcool e 76,3 milhões possuem diagnóstico de consumo abusivo. O consumo de álcool é responsável por 1,8 milhões de mortes por ano, 3,2% da mortalidade total, e 4% dos anos potencias de vida perdidos. Um terço dessas mortes é atribuído aos acidentes e causas não intencionais.

Um estudo sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil (2012) demonstra que a prevalência de uso de álcool na vida é de 74,6% e de dependência é de 12,3%. Neste cenário, a Região Nordeste desponta com a maior prevalência de dependência. Este estudo estima que de 20% a 40% dos pacientes internados em hospitais gerais no Brasil apresentam problemas relacionados ao uso do álcool e que 5% das mortes de pessoas entre 15 e 29 anos em todo o mundo estejam relacionadas ao uso excessivo de álcool.

Metade dos brasileiros consome bebidas alcoólicas, identificou o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas 2012 (Lenad), realizado pelo Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A pesquisa, que ouviu 4.607 brasileiros acima de 14 anos em 149 municípios, registrou aumento de 20% na proporção de bebedores frequentes (que bebem uma vez por semana ou mais), de 45% em 2006 para 54% em 2012. As mulheres foram as que mais contribuíram para a subida do índice: 39% das bebedoras consumiam álcool com frequência em 2012, contra 29% em 2006. Cresceu também o que os pesquisadores chamam de binge drinking, referindo-se à ingestão de grande quantidade de bebida alcoólica em curto espaço de tempo — quatro doses para mulheres e cinco doses para homens em até duas horas (uma dose é igual a uma lata de cerveja ou uma taça de vinho ou uma dose de destilado, por exemplo). Essa forma de beber foi relatadapor 45% dos bebedores em 2006 e por 59% em 2012 — uma alta de 31%.

Políticas para o controle do consumo abusivo de álcool são praticamente inexistentes no Brasil. O município de Diadema, no estado de São Paulo, é um dos poucos exemplos de cidades que vem implementando uma política de redução de consumo, principalmente entre os jovens. Em 1999 o município era o recordista em homicídios no Estado e, para diminuir esse número, o município adotou, em 2002, uma Lei proibindo bares de servir bebida alcoólica entre 23h e 4h, baseado em experiência de Barueri que, por sua vez, importara a ideia de Bogotá, na Colômbia. O resultado foi que em 2011, foram registrados 37 homicídios (9,52 para cada 100 mil habitantes, menor taxa da série histórica, abaixo da média nacional, de 22,7 para cada 100 mil habitantes).

Pelos padrões da OMS, Diadema está fora da zona epidêmica de violência e criminalidade (taxa de 10 por grupo de 100 mil habitantes). A medida foi apontada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das dez melhores políticas públicas de combate ao consumo de álcool.

Propor medidas para a redução do consumo de bebidas alcóolicas carece de uma forte vontade politica pois, a indústria de bebidas é uma das principais financiadores de eventos esportivos que, a cada ano move, bilhões de dólares. Agir contra esse mercado é antes de tudo tomar uma decisão individual. Procurar ajudar pessoas dependentes do álcool é muito importante mas, ajudar, aconselhar e educar crianças e jovens a não consumir são medidas muito mais custo-efetivas.

Mesmo que não se sinta preparado, existem coisas que pode ser feitas que beneficiam as todos como por exemplo, mude sua atitude em relação ao consumo de álcool. Na grande maioria das vezes sermos o bom exemplo faz toda a diferença.

Mostre àqueles que precisam que ao se abandonar o consumo de cerveja, do vinho ou de outra bebida alcoólica não se está desistindo de um bom amigo que lhe tratou bem. Em vez disso, estará se livrando de um inimigo.

A tomada de decisão pode ser muito difícil e será neste momento que haverá necessidade de levar à tona aquilo que a pessoa tem – no seu íntimo - de melhor, para que sua melhor metade não desista.

Aconselhe a marcar uma data significante para parar. Estimule que a pessoa seja não adie a decisão e lembre-a que haverão momentos difíceis como os sintomas da abstinência mas, que vão passar.

Uma das estratégias mais importantes é jogar fora todas as garrafas, latas, etc. Não facilite o acesso a cervejas, vinhos e coquetéis. Se fizer uma festa ofereça chás, limonadas, sucos de frutas naturais.

É comum haver mudanças drásticas de humor. Os sentimentos podem ficar confusos. Isso realmente parecerá estranho no início, mas ajude a pessoa a fazer sua parte.

Aconselhe para que não hajam situações onde que se tenha oportunidade ou vontade de beber.

É importante que se evite fazer qualquer coisa quando não se está preparado para agir. Por exemplo: se ir a praia está associado a beber, então este é um lugar que deve ser evitado, pelo menos por algum tempo. Manter-se sóbrio é o mais importante . Não se deve preocupar com o que os outros pensam.

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