O servidor da Humanidade é aquele, que despojou tudo que podia ser despojado, renunciou tudo que podia ser renunciado, fez a entrega total a Deus. Sua vida não mais lhe pertence, pois tudo ofertou à Deus, sua vontade é a Vontade do Senhor. Ele calçou a sandália do peregrino, encheu um bornal de compaixão, vestiu a túnica de algodão da humildade, e saiu pelo mundo para amar e servir. Ele está em comunhão com o Supremo Amor do Universo.
Seus olhos se transformaram em radiantes luzeiros de iluminação, sua face irradia a luz do sol do eterno amor, suas mãos são fontes de vida eterna, jorrando bens para os filhos da necessidade, suas palavras, sementes de luz de consolação, seus pés estão calçados com as asas de Mercúrio, que lhe imprimem velocidade no serviço ao BEM ETERNO.
Ele vai na sua Câmara secreta , buscar na imensidão do infinito, no coração de Deus, os lenitivos para levar aos corações sofridos, nas planícies e montanhas, nas cabanas pobres e mansões iluminadas, nas grandes metrópoles e pequenos povoados, levar o amor da Suprema Misericórdia, aos filhos do calvário, os filhos de ninguém...
Ele é um canal do Altíssimo, iluminando mentes sombrias, curando corações sofridos, levando paz para almas em desespero, estendendo mãos amigas para sinalizar roteiros seguros, curando enfermos do corpo e da alma, colorindo sonhos esmaecidos, juntando cacos de vasos de esperanças quebrados, enternecendo almas envilecidas, semeando rosas e colhendo espinhos.
Ele é a mão de Deus espargindo luz de estrelas, consolo para aflições, peito amigo onde almas em desespero, buscam refúgio para as grandes dores.
Ele é um bem feitor da humanidade, um semeador de compaixão, um trabalhador. Ele é um mestre de humildade, um professor da simplicidade, ele engloba em seu coração os corações da humanidade. Nenhuma dor passa desconhecida, nenhuma lágrima deixa de ser enxugada, nenhuma ferida balsamizada, seu coração tudo comporta, tudo ameniza, tudo dulcifica.
E depois de ter percorrido todos os rincões do globo, levado lenitivo a corações despedaçados, visitados enfermos em lares pobres e casas de saúde, amparado em solicitude àqueles que tudo perderam, e nada mais tem na vida, a não ser o desespero, o Servidor da Humanidade, recolheu-se no seu mundo interno em comunhão com a Divindade. E de joelhos, cheio de piedade, em copiosas lágrimas marejando seus olhos, por não ter sido possível atender todo sofrimento do mundo, ele lança aos ventos, rocios de ternura, aos rios e oceanos, jorros de compaixão, para que sejam levados a todo o mundo, afim de dulcificar corações gelados dos seres ainda ignorantes, que por não atinarem a maldade que fazem, desconhecem a dor que os aguardam.
NAMASTÊ