Entrego, Confio, Aceito e Agradeço

Envolvidos por uma situação de estresse violento,de desafio alarmante, assaltados pela dor em forma de doença, pelo desemprego, pelo desconforto, quando imersos numa crise que ultrapassa nossas esperanças de solução, é imperioso mobilizar todos nossos talentos, poderes, possibilidades e nossas reservas, para tentar uma saída, uma superação. Depois disso, se ainda nos vemos submetidos, tolhidos, derrotados, extenuados, vencidos, condenados... que resta fazer?

Para fazer face a situações assim, que me convencem de minha impotência, tenho aplicado, com vitória, uma estratégia que minha longa existência me fez aprender: entrego o problema ou entrego a mim mesmo, confiando na providência divina, e, portanto, fico predisposto a aceitar o que vier como resposta. E, numa prova de amor e fé, agradeço a Deus, antecipadamente, pela resposta que Ele achar melhor, seja qual for. Entrego, confio, aceito e agradeço!

A entrega não chega a ser verdadeira se desejamos uma determinada resposta. Se nos entregarmos totalmente, de imediato a paz nos acaricia. Aí, naturalmente deixamos a batalha com Deus, que tudo pode, para que ele batalhe por nós. O alívio é imediato. Estar entregue a Deus é a mais perfeita condição de ahimsa, de brandura, de sábia imobilidade e, por isso mesmo, a mais eficaz.

Suponho que Deus, que sempre nos quer vivos, sadios felizes, vitoriosos, sente-se homenageado quando Lhe damos a chance de nos socorrer. Ele, que sempre deseja nossa fiel e ncondicional confiança, aproveita a entrega e põe a nosso favor Sua onisciência, onipresença, onipotência, e é só o que nos salva. Enquanto, apavorados, estressados, nos debatemos em gestos inócuos, desesperados, imprecisos, violentos e agoniados, ele não encontra condições de assumir nossa batalha; não tem como atuar.

Ter fé em que Deus nos dará isso ou nos livrará daquilo é o que ais se vê. E achamos que agir assim é ter fé. Não é. A verdadeira fé consiste em calar para que Ele fale, em nos render ao que Ele quiser fazer e nós e por nós. Entenda este "seja feita a Vossa vontade" como brandura, ahimsa, não-violência, saranagathi. Se nós quisermos dar uma chance a Deus para que Ele ganhe a batalha, para que nos salve, cure-nos, liberte-nos, ilumine-nos, pacifique-nos. O que temos a fazer é precisamente oferecer-Lhe nossa quietude, nossa brandura, nossa não-violência. Se continuarmos afobados, como pode Deus atuar?

Hermógenes

Namastê!

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