Neste mundo, composto pela criação animada e inanimada, existe, como a mais nobre de todas as criações, o gênero humano. O homem é uma criatura submetida à influência do curso do tempo em que vive. O mundo, no qual o homem existe, está também sujeito ao curso do tempo, e daí nasce uma correlação entre o homem e o Jagat1. Sendo inerente à natureza do homem estar sempre buscando o progresso, seus esforços estão constantemente influenciados pelas condições do tempo em que vive, assim como sua relação com o Jagat é eterna por causa da correlação existente entre os dois. Assim, o adiantamento ou progresso buscado pelo homem, pode classificar-se em três grupos: o Prakrítico ou material, por conseguinte mundano; o Átmico ou espiritual e o Suddha, puro, genuíno ou referente ao Absoluto.
É também fato perfeitamente comprovado que, para ajudar ao homem em seus esforços para alcançar o progresso, existem Deus Todo Poderoso e uma Hierarquia para executar seus divinos mandatos. Sob essa Hierarquia há um corpo de Irmãos Maiores e Mahatmas que observam e dirigem o processo dos aspirantes, que segundo seus graus de aproveitamento, estão divididos em 4 grupos: Dasas, Tirthas, Brahmas e Anandas.
Essa Organização Esotérica existe eternamente para o bem-estar e o devido adiantamento espiritual das pessoas sobre a face da Terra. Os membros dessa Organização estão sempre dedicados a administrar, para cada raça e país, leis particulares ou aspectos da verdadeira doutrina, conforme requeiram as ocasiões e circunstâncias. Essa Assembléia, que tem sua morada ao norte das florestas de Badari, situada nos Himalaias, consta de muitos Mahatmas, Siddhas (Adeptos) e grandes Rishis. Entre seus membros encontram-se indivíduos de todas as classes e sociedades da face da Terra, independente da desigual condição social aqui no mundo físico. Entre eles encontram-se também muitas mulheres que, por seus esforços e intensa disciplina, adiantaram-se até chegar à condição de Sidhas (Adeptos). Essa Organização reconhece Bhagavan Narayana como o Senhor; Yoga Devi, personificação de toda Shakti, como executora de Sua Divina Vontade e Naradeva, representante do gênero humano, como Seu secretário.
Quase todos os Livros Sagrados do Oriente fazem alusão à existência dessa Hierarquia. É crença firme dos teístas, aqueles que sustentam a existência de um Deus Todo Poderoso, que existe algo que transcende à concepção dos cinco sentidos do homem, denominado Parabrahman. O Parabrahman não é limitado pelo tempo ou pelo espaço e não pode propriamente ser descrito. Além do mais, Ele é mencionado nas várias Escrituras como O que transcende toda criação, mas ao mesmo tempo, é causa raiz dela. O principal ensinamento dos Vedas diz que a mais nobre aspiração de alguém consiste em fazer um vivo esforço para conceber Brahman, já que Ele é a fonte de toda bem-aventurança.
O tempo, o espaço, os Hierarcas, o trabalho efetuado pela Hierarquia, são manifestações do Supremo Brahman. Os Hierarcas, por serem um Hamsa (fragmento) do Parabrahman, estão sempre dedicados a estabelecer as regras do Dharma, de acordo com as condições do tempo e o progresso geral da humanidade. É dever do gênero humano reconhecer as mudanças advindas da marcha do tempo e outras condições, para adotar as regras de conduta ditadas pelos Hierarcas encarregados do governo do mundo. Por exemplo, as regras e leis pelas quais o gênero humano divide-se em várias castas ou classes sociais, afetam somente o corpo físico ou a exterioridade. Essas divisões estão baseadas principalmente na qualidade Sátwica2 mas também baseiam-se nas outras, pois são a conseqüência necessária da composição dos corpos. As leis que governam tais divisões, não são de aplicação universal, no que diz respeito às condições de tempo e lugar. Com o propósito de estabelecer leis que sejam de aplicação universal, a Hierarquia, sob a direção de Bhagavan Narayana, seu Senhor, realiza seu trabalho, ora apresentando novas leis, ora explicando apropriadamente e publicando comentários sobre as verdades existentes. Com esse objetivo, membros da Hierarquia fazem sua aparição no mundo físico. Quando os Irmãos Maiores, vêm à superfície do planeta por meio de uma pessoa evoluída, fazem uso do corpo dela como um veículo para Eles próprios, sem atentar para o nascimento ou estado social da pessoa. Quando alguém prontifica-se para essa missão, todos os poderes superiores do Atma, que até o presente estavam latentes nele, são colocados em atividade. A própria pessoa chega a ser um grande Vidente ou Mestre, sendo assim, capaz de promulgar as leis que a Hierarquia tem a intenção de expor, como fizeram os grandes Mestres e fundadores de religiões do mundo. Em certas ocasiões, quando isso é absolutamente necessário, o próprio Senhor Narayana aparece entre os homens.
Em seu anseio pelo progresso, é impossível para o homem obter qualquer tipo de prosperidade, a menos que siga um reto sistema de conduta. Há três sistemas para realizar esse fim e seus nomes estão em harmonia com a importância de seus vários aspectos. Eles são Prakrítico, Átmico e Suddha. Quando um homem segue o sistema em que a maior importância é atribuída meramente ao Prakrítico, isto é, ao aspecto físico, ou de matéria e forma de Brahman, ele está gradualmente afastando-se de focalizar seus pensamentos no Atma ou no Espírito. Chega a ser, por assim dizer, um ateu. Todos os conhecimentos progressivos e verdades relativas ao Espírito no homem são perdidos de vista. De maneira semelhante, os que seguem o sistema átmico do pensamento, atribuem grande importância ao Espírito no homem e perdem de vista o aspecto material. Para eles a criação manifestada chega a ser uma mera ilusão, e por tal motivo não podem extrair da mesma os benefícios da evolução material, que são meios necessários para realizar verdadeiramente o Espírito no homem.
Conseqüentemente, cada um dos caminhos mencionados, incluindo as diversas escrituras que deles tratam, com as várias escolas filosóficas propostas por cada um deles, que se evidenciam agora, não seriam de proveito no tempo atual para o adiantamento e progresso do gênero humano, uma vez que esse desenvolvimento exclusivo de apenas um dos referidos sistemas conduz a um progresso desequilibrado. Mas, se o homem anseia por um desenvolvimento em todos os sentidos, há de situar-se no ponto de onde se originam e para onde convergem ambos os sistemas. Esse novo sistema, que transcende os dois já citados, é conhecido com o nome de Suddha. Os irmãos Maiores e outros Mahatmas acreditam firmemente que o gênero humano pode seguramente progredir, em todos os seus aspectos, com o estudo dos textos que tratam do Dharma Suddha e seguindo as Escolas onde essas verdades são expostas. De acordo com o que eles proclamam, a origem e síntese de tudo é o Suddha Brahman; a literatura que trata dessa Realização é a Suddha Vidya; e a doutrina, que é necessário observar para esta realização, é a Suddha Dharma. Todas essas coisas estão contidas no Suddha Dharma Mandalam.
O Upasya, nome dado ao objeto da meditação indicada aos membros do Suddha Dharma Mandalam, é o Onipotente e Onipresente Brahman, o Absoluto, por cuja Divina Graça, existe o Universo. Eles também proclamam a existência da Hierarquia para o governo apropriado do mundo. Chamam de Upasakas aos aspirantes que estão classificados em quatro graus: Dasas, Tirthas, Brahmas e Anandas. Cada grupo tem suas próprias regras de conduta e formas de meditação estabelecidas em vários textos, alguns dos quais já estão publicados e outros prestes a serem publicados. Upasana consiste na perfeita observância das regras, por parte de cada aspirante, tanto que a Upasana Sadhana, ou práticas que ajudam na elevação da aspiração, constituí-se do estudo dos vários livros da Ordem. O aspirante é ajudado em sua marcha para o progresso por diversas Iniciações, sendo sete as principais, conhecidas por ordem decrescente de eficácia: Yoga Devi, Aditya, Chandra, Agni, Shukra, Vayu e Parthiva Dikshas.
Nessas Iniciações são dadas ao aspirante formas especiais de meditação. Ensinam-se-lhe também certas Bijaksharas (sílabas místicas de poder). Com a prática constante da meditação e a entoação apropriada das sílabas místicas que já lhe foram ensinadas, o organismo do aspirante chega a fazer-se rítmico, e ele mesmo, pela realização da Centelha Divina em si, é capaz de responder à Grande Lei que rege o universo inteiro. As Iniciações são dirigidas sempre pelos três grandes Dikshacharyas, ou Mestres da Iniciação, conhecidos como Bhagavan Narayana, Kumara e Dakshinamurti, que representam os três aspectos do Absoluto da Trindade Hindu: Maha Vishnu, Maha Shiva e Maha Brahma. Simultaneamente à Iniciação de um membro no Mandalam, pelo oficial a quem tenha sido outorgado poderes para patrocinar essa concessão no mundo externo, uma outra é executada nos planos superiores da existência, por um ou outro dos grandes Mestres da Iniciação; essa constitui-se, de fato, na principal Iniciação outorgada pelos Grandes Seres àquele discípulo.
Uma vez conferida uma Iniciação, fica assegurado o progresso ulterior do aspirante, que já pode avançar por si só, requerendo-se como única condição a devida observância das regras da disciplina. Ainda que não seja situação propriamente análoga, isso poderá ser compreendido melhor tomando como ilustração o que sucede numa instalação elétrica, que tenha sido devidamente provida de fios e seus circuitos regulados adequadamente: basta uma simples conexão com a fonte principal de energia para inundar de luz todo o lugar. Por outro lado, se há uma falha nos fios ou uma interrupção do circuito, é inútil qualquer quantidade ou tempo de conexão com a fonte principal. De modo semelhante, o sistema do aspirante deve ser harmonizado de tal maneira que, quando uma chispa da Divina Sabedoria ou Conhecimento for introduzida nele, no momento de sua Iniciação, ela ilumine seu ser por inteiro.
Um estudo perfeito da literatura e da filosofia do Suddha Dharma Mandalam, facilitará a compreensão de que o princípio vital de todas as religiões é único e sempre o mesmo. Como resultado de tal estudo, cada membro chegará a adquirir o convencimento de que a presença da Divindade, em cada um de nós, impede que continuemos com os preconceitos de raça, de religião e de seita que prevalecem atualmente, baseadas em meras circunstâncias de nascimento individual e de nacionalidade. De acordo com esse ideal, cada membro deve esforçar-se por fomentar a fraternidade e a união entre os homens, caso tenha aspiração à Realização Espiritual. Cada membro, além de estar grato quanto ao conhecimento recebido do Suddha Dharma Mandalam, que encerra ao mesmo tempo a soma total das saudáveis influências que conduzem ao bem-estar do mundo, deve também empenhar-se de todo coração em levar à prática os princípios libertadores que esses conhecimentos revelam. Isso só é possível, com um perseverante serviço impessoal à humanidade, sustentado pela força avassaladora da convicção na Suddha Dharma. Inicialmente cada membro deve, além de purificar-se de toda mancha física e moral, trabalhar duramente para ser uma fonte de influência para o bem, em seu próprio meio. Seu desígnio há de ser difundir o conhecimento da Suddha Dharma entre seus irmãos, tanto quanto esteja em seu poder, de maneira que os capacite para segui-la com uma razoável convicção.
Para que os membros possam conhecer os métodos de meditação e os sacramentos em uso no Suddha Dharma Mandalam, é aconselhável que estudem bem o Yoga Dípika e o Sanáthana Dharma Dípika3. Para conhecer a filosofia do Suddha Dharma deve-se estudar o Bhagavad Gita e o Upodghatha com o Bhashya (introdução com comentário) de Hamsa Yogue. No sistema ministrado por essa Escola, não há campo para desenvolvimento obtido por esforço imposto ao discípulo, uma vez que isso é sempre prejudicial. O desenvolvimento aflora de forma espontânea, e isso comprova que o sistema ensinado é a forma legítima de Raja Yoga.
No sentido corrente da palavra, e conforme a interpretação dos astrólogos, Raja Yoga significa um estado de abundância e de poder semelhante ao de um rei. Em substância, a significação dada ao termo pelo Suddha Dharma Mandalam é idêntica, tendo em vista que o objeto da disciplina dessa Escola é que o Atma, ou fragmento de Brahman, existente no corpo humano, assegura suas reais prerrogativas essenciais. Além disso, o termo “Raja” deriva-se da raiz que significa “brilhar”, e o sistema de Yoga ensinado é tal, que os véus que ocultam o Atma, cuja natureza é Luz, são dissipados e a Luz brilha em todas as direções. Os aspirantes da Yoga Brahma Vidya, que tiveram o privilégio de entrar nessa Escola, logo compreenderão que colocaram seus pés no primeiro degrau da escada que conduz à mais elevada meta, e que a bênção de Bhagavan Narayana, Yoga Devi e outros Hierarcas do Suddha Dharma Mandalam estará sempre com eles.
A HIERARQUIA E SUA CONSTITUIÇÃO
Antes de considerarmos a constituição da Hierarquia, seu Diretor ou Condutor e o trabalho de alguns de seus membros mais importantes, é oportuno notar que, seja qual for o nome ou qualificativo dado ao Chefe da Hierarquia do Suddha Dharma Mandalam, o credo dessa Organização não é sectário, como o de outros sistemas dogmáticos, como o Shivaísmo, o Vishnuísmo, e outros. Porque, embora tais sistemas dogmáticos sustentem que os objetos da aspiração ou da meditação são Shiva, Vishnu etc., erram ao crer que eles são seu objeto último. Ao contrário, o objeto de aspiração dos membros do Suddha Dharma Mandalam é o próprio Supremo Brahman, o Invisível e o Indefinível, porém eles reconhecem ao Senhor da Hierarquia como um fragmento ou uma exterior e definida manifestação do Supremo, mas não o consideram como o Fim Último. Daí, enquanto as demais crenças são limitadas em sua doutrina, e por isso mesmo sectárias, a crença do Suddha Dharma Mandalam abarca todas elas e é, portanto, universal.
Tendo a humanidade alcançado determinado grau de sua evolução na face desse planeta, apareceu Bhagavan Narayana para guiá-la até um grau superior. Ele, que desceu das regiões de Maha Vishnu, está no presente, morando em Sua própria forma, nas regiões de Uttara Badari. Sobre Si Mesmo disse o Senhor:
“Eu sou um fragmento procedente do Parabrahman e radiante com Sua Luz: um Rishi vindo de Vishnu a Badari Vana para a proteção do mundo”.
Em outras palavras, Narayana é o representante do Supremo, por Ele encarregado para o Governo Espiritual do mundo. Seguindo um bem conhecido costume dos representantes apropriarem-se do nome dos seus representados, o Senhor escolheu para Si Mesmo o nome de Narayana, qualificativo pelo qual é conhecido o Supremo Ishwara, ou Senhor. Ele governa e protege o planeta a seu cargo com um poder e uma capacidade semelhantes ao poder e à capacidade do próprio Supremo Ishwara, com relação a seu Universo. Bhagavan Narayana exerce a mais alta influência sobre tudo o que concerne ao mundo. Sua vinda ocorreu para proteger aos que seguem os verdadeiros princípios, e para estabelecer a verdadeira religião. Com tal propósito, Ele desceu ao nosso mundo, em companhia de Naradeva, um fragmento Dele Mesmo, de Sri Yoga Devi, de quatro Manus e de sete grandes Rishis ou Hierarcas encarregados dos Sete Raios.
Ainda que conhecido como Narayana, Ele manifesta-se como Dakshinamurti e também como os Kumaras. Numa exposição do Sanátana Dharma Dípika encontramos que:
“Narayana, Kumara e Dakshinamurti são mostrados pelos Shrutis como os doadores da Sabedoria. Bhagavan Narayana é, ao mesmo tempo, os três e o primeiro”.
Os três são os Grandes Mestres da Iniciação. Dakshinamurti é representado como um terno menino, sentado embaixo de uma grande árvore Baniano, em posição de Mauna Mudra. Um bem conhecido Sloka descreve-o assim:
“Lá, sentados na raiz da árvore Baniano, estão os discípulos e o Mestre; os primeiros, velhos, e o segundo, jovem. Que maravilha! O Guru ensina com o silêncio, e as dúvidas dos alunos desvanecem-se”.
Dakshinamurti é o mestre daquela forma de Iniciação que ensina a Verdade Final. O termo Mauna significa a natureza do Absoluto, que sobrepassa toda expressão; nesse aspecto do Senhor, que tem o Mauna Mudra como símbolo, Ele ensina a verdade final da inseparabilidade. Dakshinamurti representa o aspecto de Budra, porque Ele destrói a Avidya ou ignorância, a última cadeia que deverá ser rompida antes que a evolução seja completada.
A outra manifestação de Narayana é na forma de Nara Narayana (Naradeva). Ainda que sejam um mesmo em essência, eles são dois em aspecto. Nara atua como embaixador da humanidade no planeta, apresentando a Narayana as necessidades particulares da raça humana. Narayana também manifesta-se como os quatro Kumaras. Eles representam Gnana, ou o aspecto do conhecimento do Senhor e relacionam-se com a assim chamada função Brahmica ou criadora. Comunicando a Ciência aos aspirantes, o Senhor nesse aspecto os capacita para percorrer a senda estreita da liberação. Manifestando-se nesses três aspectos, o Senhor Narayana executa as funções necessárias para o progresso das diversas classes de aspirantes. Como Dakshinamurti, Ele é o mestre de todos os Yogues que renunciaram ao mundo e encontram-se no caminho de Nivritti. É ao Senhor Narayana, em companhia de Yoga Devi, a quem invocam os membros do Mandalam, porque é só nesse aspecto que Ele se constitui no Dispensador da prosperidade espiritual e também material.
Associados ao Senhor Narayana acham-se os quatro Manus e os sete Grandes Hierarcas, conhecidos como Sapta Rishis, que desceram com Ele, em sua vinda ao nosso planeta. Os quatro Manus são os que entenderam a significação e o sentido de todos os Vedas e Shastras, e que sempre levam ao conhecimento do Senhor as condições existentes e a natureza particular do Dharma que é adaptável a cada época. O Sanátana Dharma Dípika refere-se a eles como os quatro Karyadarsis ou Secretários. Faz-se necessário notar que o Manu do Manu Smriti, ou Código de Manu, no qual se baseiam os princípios da Lei hindu, não é nenhum dos quatro. Ele é apenas um dos descendentes, na mais baixa linha, de um desses quatro grandes Manus.
Os sete Hierarcas ou Senhores dos Sete Mundos ou Raios, são os assessores que vieram também junto com o Senhor Narayana. São chamados respectivamente de Narada, Vamadeva, Kasyapa, Chandabhanu, Kaladeva, Subrahmanya e Devapi. Entre eles: Narada é o Ser encarregado da sabedoria; Vamadeva responde sobre o ajuste da Yoga Brahma Vidya que deve adaptar-se aos vários ciclos e tempos; Kasyapa é o diretor dos mestres da Yoga; Chandabhanu testa e examina freqüentemente cada coisa concernente ao trabalho do sistema da Yoga, como é ensinado no Mandalam; Kaladeva tem por competência a conservação dessa antiga Ciência e remove todo o obstáculo da senda de progressão da mesma; Subrahmanya4 está empenhado na efetiva difusão da verdade divina por todas as partes, desempenhando ao mesmo tempo o ofício de purificador e Devapi, como representante de Narayana, governa nesse mundo e faz jorrar a ciência divina entre o gênero humano.
Cada um desses sete grandes Hierarcas tem sob suas ordens 18 pessoas como secretários, totalizando 126 secretários. Se formarmos grupos com uma pessoa de cada um dos sete corpos de secretários, teremos 18 grupos de 7 secretários em cada grupo. Cada um de tais grupos desempenha sucessivamente o ofício dos Sapta Rishis e leva a cabo, ativamente, o trabalho de seus respectivos chefes. Cada grupo desempenha por turno o ofício durante um período de mil Sankalpas (unidade de tempo composta de 24 anos). Ao expirar o período em que o grupo décimo-oitavo teve o cargo, o primeiro grupo toma-o outra vez, e assim sucessivamente. Esse ciclo é mantido, enquanto o Grande Ser, conhecido como Bhagavan Narayana continuar com a posição de Diretor da Hierarquia, encarregada do planeta Terra. Quando seu ciclo, de 24.000 Sankalpas, completar-se, Ele partirá desse planeta para outras esferas, cujos destinos haverá de dirigir, e com Ele partirão seus assessores. Um novo advento terá lugar na Terra, e com o novo Senhor chegarão seus próprios Oficiais, os quatro Manus, e os grandes Sapta Rishis.
Na companhia do Senhor existem também, 32 Siddhas que, em virtude de seus próprios esforços, elevaram-se ao estado apropriado para receber a influência do Senhor Narayana, de Naradeva, de Dakshinamurti e dos Kumaras. Entre estes trinta e dois, há seis nos quais predominam os princípios femininos. Estes são particularmente usados por Sri Yoga Devi como veículos, para comunicar-se com o mundo exterior.5
A Hierarquia, que tem a seu cargo o governo espiritual da Terra, está formada por Bhagavan Narayana em seus aspectos de Dakshinamurti, Nara Narayana (Naradeva), pelos quatro Kumaras, pelos quatro Manus e seus Secretários e pelos Sapta Rishis ou Senhores dos Sete Raios, em companhia desses trinta e dois poderosos Siddhas citados.
OS TRINTA E DOIS SIDDHAS DA HIERARQUIA
Os Siddhas ou Adeptos são Grandes Seres, de adiantada evolução, que estão sempre velando pelo bem-estar da humanidade, e todas as suas atividades tendem a esse propósito. Ainda que em estado semelhante, o Mahatma diferencia-se do Siddha pois, enquanto ajuda a humanidade, dedica-se a seu próprio adiantamento átmico ou espiritual; já o Siddha ocupa-se unicamente com a causa da humanidade. Um indivíduo será um Siddha ou um Mahatma, conforme seja a forma de seu trabalho a cada tempo. Entre todos os Siddhas são proeminentes trinta e dois que habitam na região de Visala Badari. Durante a celebração do Plenilúnio de Vaishak (Lua Cheia de Maio), a cada ano em Visala Badari, como também em outras importantes ocasiões, o Senhor Narayana, Yoga Devi e outros que estão presentes com seus próprios corpos em Uttara Badari, participam dessas celebrações, cobrindo com sua poderosa influência, a um ou outro dos trinta e dois Siddhas que, por seus próprios esforços, tornaram-se dignos desta bênção. Seus nomes são: Naradeva, Madhushyanda, Tépana, Navanáyaka, Rangadeva, Devapi, Vayana, Yagnanandana, Narmada, Mokshadeva, Narada, Rama, Yagnda, Nákshara, Yakshára, Chandabhanu, Badara, Dasanatha, Rimkhana, Vanajekshana, Nandi, Nagárjuna, Thani, Yavana, Yoganáyaka, Gishpati, Nandirat, Panasa, Tapahprabhu, Yéranda, Nandibhadra e Madhunatha.
Namastê Naradevaya Namo Narayanayacha
Badari Vana Nathaya Yoginam Patayé Namaha.
Esse sloka, que todo membro da Organização repete em forma de saudação, ainda que literalmente, refira-se unicamente a Naradeva e Narayana, é composto de maneira que cada letra inicial, em sânscrito, das trinta e duas sílabas desses versos, correspondem à inicial dos nomes de cada um dos 32 Siddhas, na ordem indicada. Cada um desses Grandes Seres está encarregado de uma tarefa distinta relacionada ao cuidado do bem espiritual de todos os seres, nas diversas partes do mundo.
Badara, poderoso Siddha capaz de tomar qualquer forma, à vontade, percorre o mundo na forma de um cervo e assegura a pureza de todos os seres. Rimkana, vestido com roupas flutuantes e com turbante, tendo em sua mão o Damaru (pequeníssimo relógio de areia em forma de tambor), vai pelo mundo instruindo sobre o Suddha Dharma às pessoas que tenham se desviado da Lei Eterna. Gishpati, o grande Siddha, que geralmente permanece invisível, inspira a algumas pessoas, e assim dá ao mundo os códigos e impulsiona os vários movimentos requeridos pelos tempos; em algumas ocasiões, ele mesmo aparece entre os homens para apoiá-los em seu propósito. Vanajekshana ocupa-se em instruir os vários grupos de Rishis por todo o mundo. Madhushyanda ocupa-se em dotar de poder e eficácia as Bijaksharas ou sílabas místicas, que são de sons simples. Tépana dota de poder as Bijaksharas compostas e as enche de vigor. Kapila, o primeiro dos Navanayacas, ou nove senhores, instrui o mundo no curso de Pranayama. Rangadeva, sempre em êxtase yóguico, ocupa-se em outorgar eficácia aos vários mantras. Devapi, o mais nobre dos Kshatriyas, governa neste mundo como Rei, e dotado de grandes poderes yóguicos, está sempre velando pelo bem-estar dos seguidores do Dharma Ancestral. Vayasa, o Adepto na ciência de Kalachakra, ou ciência dos ciclos do tempo, expõe tal conhecimento para utilidade dos discípulos. Yagnanandana, o Siddha que tem a seu cargo o Pitta, ou centro oficial do Mandalam, situado na Cordilheira de Kolli dos Ghauts Ocidentais, dedica-se ininterruptamente à conservação e acréscimo de poderes aos que seguem a verdadeira Senda.
Narmada e Mokshadeva, dotados de grandes poderes yóguicos, moram nas montanhas de Mahendra (perto da extremidade mais ao sul dos Ghauts Ocidentais) e, mantendo boas relações com os Yakshas ou espíritos da natureza e elementais, conferem o Sidhi 6 Yakshini, ou o poder de controlar esses espíritos. Narada ocupa-se no trabalho de acrescentar poderes aos sábios, de modo que eles sejam capazes de tornarem-se peritos na propagação das doutrinas da Suddha Dharma. Rama, que é o possuidor do Hacha, está colocado perto do ouvido de toda pessoa para distribuir-lhes os mistérios do Pranava, a poderosa sílaba AUM. Yagnda, Nákshara e Yakshára são três Grandes Siddhas que estão sempre custodiando os princípios do Dharma e constantemente alertas para que estes não desapareçam do planeta. Chandabhanu, o grande Siddha encarregado da ciência de Svarodaya, ou a clariaudiência e telepatia, ocupa-se na ciência dos Aksharas ou sílabas. Nandi, Nagárjuna e Thani, são sábios peritos na ciência da alquimia e da química. Yavana, Panasa e Nandibhadra viajam a vários países e ensinam a Ciência do Suddha Dharma, de acordo com as necessidades de tempo e de lugar. Nandirat, que reside no supremo assento, explica aos membros do Mandalam seus deveres. Yoganáyaka tem a função de proteger a Yoga Vidya, ou a Ciência Sintética do Absoluto. Tapahprabhu instrui os homens sobre a realização do puro, radiante e insondável Supremo Brahman. Yéranda, grande Siddha, confere a todos os demais o conhecimento do ramo da Yoga que os habilita a viajar pelo espaço. Madhunatha está presente em toda parte em seu corpo sutil, e vela pelo bem-estar da humanidade, e Naradeva, o companheiro de Narayana, o Príncipe dos Yogues, é o diretor de todos os assuntos.
O servir desses trinta e dois Siddhas, como foi declarado, é atuar como Avesas ou mediadores da influência de Bhagavan Narayana, Naradeva, Kumara, Dakshinamurti e Yoga Devi. Eis a estrutura de funcionamento deles:
Avesa de Narayana: Há seis Siddhas conhecidos coletivamente como Vajeradevas e Muktadevas. Eles são Madhushyanda, Rimkhana, Tépana, Rangadeva, Yéranda e Naradeva. Todos eles são seguidores da senda da Yoga, a soma de Gnana, Iccha, Kriya, ou conhecimento, desejo e ação. São conhecidos como Edhamanas, e neles os dois princípios, masculino e feminino, encontram-se presentes, dando-lhes a possibilidade de servir-se de um ou outro, conforme requeira a ocasião.
Avesa de Naradeva: Há quatro Siddhas e são conhecidos com o nome de Ratnadevas. Seus nomes individualmente são: Devapi, Yavana, Panasa e Nandibhadra. São dotados somente de princípios masculinos e são observadores da senda dos Vanaprasthas e reis.
Avesa de Sri Yoga Devi: Há seis Siddhas para este servir e são conhecidos pelo nome de Pravaladevas. Individualmente chamam-se: Nármada, Mokshadeva, Nandirat, Yoganáyaka, Madhunatha e Dasanatha. Eles adquiriram o princípio feminino, predominante neles, e são capazes de tomar qualquer forma, à vontade.
Avesa de Dakshinamurti: Há cinco Siddhas com este propósito. Geralmente conhecidos como Vaiduryadevas, existem sob a forma de Siddhas e têm em si unicamente o princípio masculino. Todos são Paramahamsas e individualmente chamam-se: Yagnanandana, Nandi, Nagáryuna, Thani e Tapahprabhu.
Avesa dos Kumaras: Há quatro Siddhas, todos eles buscadores de Brahman e todos foram absolutamente celibatários no curso de suas vidas. Acha-se neles unicamente o princípio masculino e são denominados com o nome de Pushpadevas. Seus nomes são: Kapila, o primeiro dos Navanayakas, Yagnda, Nákshara e Yakshára.
Os outros sete são conhecidos como Samanya Gurus, ou simplesmente Mestres, e são chamados coletivamente como Padmadevas. Eles são Badara, Gishpati, Vanajekshana, Vayasa, Narada, Rama, Chandabhanu. Todos eles são Samnyasis e Rishis.
Esses trinta e dois grandes Seres são poderosos Siddhas e encontram-se em todos os países, espalhando o conhecimento da Suddha Dharma e dirigindo todos os eventos importantes da história mundial. Além deles, de quando em quando, outras grandes almas nascem em diversos lugares. Todos eles participam da natureza do Senhor Narayana e, estando profundamente versados no Dharma, consagram-se à difusão da Suddha Dharma.
A MORADA DOS HIERARCAS
Nos Himalaias, a enorme cadeia de montanhas que se estende para o norte da Índia, berço dos Vedas e de outros escritos sagrados, está situada a região conhecida com o nome de Badari Vana. Essa região, que é a sede da Hierarquia do Suddha Dharma Mandalam, embora em seu conjunto seja conhecida como Badari Vana, é formada por três diferentes sub-regiões conhecidas como: Uttara Badari (ao norte), Visala Badari e Dakshina Badari (ao Sul). Dakshina Badari compõe-se do templo de Badari Nath e os subúrbios, situado no Distrito de Garhwal das Províncias Unidas da Índia. O templo de Badari Nath está situado no cume do mesmo nome, nos Himalaias, acerca de 23.000 pés, acima do nível do mar. Esse é um lugar de peregrinação e é perfeitamente possível, para qualquer pessoa, chegar lá, independentemente de seu adiantamento espiritual. Na direção ocidental de Dakshina Badari, porém bastante distante de lá, está situada Visala Badari, a mansão dos Siddhas, Mahatmas e outros Adeptos. Ninguém consegue permissão para entrar nesse lugar, ninguém é capaz de traçar sua rota de acesso, a menos que tenha avançado espiritualmente, e seja, na opinião dos Irmãos Maiores, digno de tal admissão. Uttara Badari está situada ao norte de Dakshina Badari e é o lugar onde habita, em sua própria forma, o Senhor Narayana, Comandante Supremo da Hierarquia. Esse lugar é também conhecido como Adi Badari ou Yoga Badari. A entrada para essa Augusta residência é extremamente difícil e só os Siddhas e aqueles que tenham alcançado o estado de Mahatma, conseguem ser admitidos nela.
Outra característica da região de Badari Vana é a existência de um enorme lago de água fresca, conhecido com o nome de Kusumakara. As margens desse lago são o ponto de reunião de muito Siddhas e, num lótus que brotou em suas águas, encontra-se Sri Yoga Devi, radiante e poderosa, com a yogadanda ou vara de yoga, em sua mão.
Sentado sob um Baniano, às margens do lago, fica o grande expositor conhecido como Hamsa Yogue. O nome Hamsa designa uma função, de maneira que, qualquer que tenha essa função de expositor do Dharma, passa a ser conhecido como Hamsa Yogue. Ali estiveram muitos seres adiantados que tiveram essa função e que são mencionados como Prachina Hamsas, ou Hamsas Passados. O dever de Hamsa Yogue é interpretar, para aqueles que assim o desejam, as regras de conduta e outras verdades da Literatura Sagrada. Eles executam seu trabalho sendo inspirados por Sri Yoga Devi, que á a executora da vontade divina de Bhagavan Narayana.
As três partes definidas de Badari Vana estão situadas de maneira que formam, rudemente, um triângulo eqüilátero, cujo ápice está em Visala Badari, situada a oeste da linha básica que corre de norte a sul. Essa região consta de cinco aldeias: Brahmala, Sankhala, Pamala, Kalapa e Shambala. Os Ashramas do Senhor Narayana, de Nara, de Yoga Devi, de Dakshinamurti e dos Kumaras estão situadas entre as duas aldeias de Brahmala e Sankhala, as quais compõem a parte setentrional ou Uttara Badari. A região de Visala Badari consiste da aldeia de Pamala. Nela habitam os trinta e dois Grandes Siddhas, e é nessa região onde é feita anualmente, a celebração do Plenilúnio de Vaishak (Lua Cheia de Maio), quando os Hierarcas do Suddha Dharma Mandalam invocam bênçãos sobre a Terra. Durante tais celebrações, o Senhor Narayana e outros Grandes Seres acham-se presentes e influenciam a um ou outro dos Siddhas. Dakshina Badari consiste das outras duas aldeias, Kalapa e Shambala e, na fronteira entre essas duas aldeias, na região conhecida pelo nome de Chandra Sringa, às margens do Ganges, está colocada a estátua do Senhor Narayana, para receber a adoração das pessoas. Estamos nos referindo ao templo moderno de Badrinath, situado no cume de mesmo nome, às bordas do Alaknanda, um dos principais afluentes do Ganges.
Existem em cada aldeia oito oficiais: o rei, o bibliotecário, o médico, o astrólogo e astrônomo, o expositor dos segredos de todos os Shastras, o iniciador dos mistérios do Dharma, o mestre dos ritos e o sacerdote. Essas funções são desempenhadas por pessoas que, mediante seus próprios e constantes esforços, elevaram-se até chegar a serem Siddhas e Mahatmas. Os oficiais, segundo a ordem das aldeias são:
Aldeia de Brahmala: Janaka, Hayagriva, Dhanvantra, Devalaka, Vespati, Vasishta, Kamalaksha e Vyasa.
Aldeia de Sankhala: Dami, Markandeya, Nagaryuna, Somatirtha (nascido de uma família de trabalhadores em metais), Maithreya, Bhadraketu, Dakshi e Dravida.
Aldeia de Pamala: Bhadrasena, Rudradatta, Bharadvaja, Konkana, Pingala, Svetaketu, Jaimini, Bhujanga.
Aldeia de Kalara: Maruta, Asvatthama, Kalayasa, Nila, Syonaka (Vysia), Dharmaketu, Bhismatta e Kumbhayoni.
Aldeia de Shambala: Devapi, Sambuka, Palayana, Brhadbhanu (da estirpe Chandala), Hamsa Yogue, Vamadeva, Kalpakara e Chandrasekara.
Cada um deles está dedicado à nobre tarefa de proteger o bem-estar da humanidade. Todos são Adeptos dos Mistérios do Suddha Dharma. Estes, em companhia de outros Siddhas, Mahatmas, Mahayogues, Yogues, Maharishis e Rishis são os habitantes da sagrada região conhecida com o nome de Badari Khanda.
CONCLUSÃO
O Suddha Dharma Mandalam é uma Organização, com Bhagavan Narayana em seu comando, reconstituída como tal, no Plenilúnio de Vaishak do ano Nala, há mais de 12.000 anos, em Visala Badari, um lugar situado ao norte dos Himalaias. Ele, tendo Yoga Devi como única executora de sua divina vontade, e atendido por Naradeva, como seu secretário e representante da raça humana, preside até agora a Organização e, com a ajuda de outros Sidhas (Adeptos), estabelece as leis para o bem-estar e o governo do planeta. Essa é a ancestral Escola que permanentemente ensina os princípios do Suddha Dharma: a Doutrina verdadeira. Ela dá a conhecer a seus estudantes o único e verdadeiro caminho para alcançar a meta final da existência humana. Seguindo com assiduidade o sistema de Raja Yoga, na forma em que é ensinado apenas por essa Escola, realiza-se a centelha da Luz Divina em si e alcança-se o Supremo.
Até pouco tempo, a existência dessa Organização foi zelosamente ocultada do mundo em geral, e só pessoas que eram bastante adiantadas para receber seus ensinamentos especiais foram instruídas no método de Raja Yoga da referida Escola. Mas, em 1915, a Hierarquia achou conveniente publicar que tal escola florescia, como também apresentar perante o mundo a existência de uma Hierarquia encarregada do globo terrestre, fato que estava sendo gradualmente esquecido. Um dos grandes deveres da Hierarquia é decretar o Dharma particular, apropriado para cada Era e ciclo, durante as perpétuas mudanças no curso do tempo. Hoje a humanidade alcançou o estado que necessita da promulgação da Suddha Dharma, que é a única Lei capaz de satisfazer plenamente suas atuais demandas. Suddha Dharma é o que ensinam e dispõem os Hierarcas, como conveniente para os esquemas evolutivos, no plano concebido de nosso sistema solar e que foi encomendado a eles para levar a efeito. Entre outras, há três grandes verdades fundamentais em que se baseia o Dharma:
- A imanência da Vida Una de Braman;
- A conseqüente fraternidade universal da espécie humana;
- A existência de uma Hierarquia encarregada de guiar, para a desejada meta, a humanidade em sua evolução em nosso planeta.
Os princípios do Mandalam são notáveis pela sua universalidade, pois estão baseados na Religião da Sabedoria, que é a fonte única de todos os grandes credos no mundo. Eles divulgam, entre os buscadores que freqüentam seus cursos, fidedignas informações referentes à constituição da Hierarquia, suas seções e ramos, seus deveres e funções e os passos que levam o aspirante aos pés dos Mestres da Sabedoria Maior, os únicos capazes de conduzi-los do irreal ao real, das trevas à luz e da morte à imortalidade. Não é necessário dizer que o conhecimento dessas vivificantes verdades são da maior ajuda, quando os assuntos do mundo parecem haver chegado a uma situação extremamente crítica e o caminho da salvação é de difícil percepção.
Qualquer pessoa, sem distinção de sexo, raça, credo ou casta, que reconheça as três verdades citadas anteriormente, pode ser escolhido para chegar a ser membro desta ancestral Organização. Cada um de nós está habilitado e qualificado para aspirar à Yoga Brahma Vidya, a fim de assegurar para si mesmo a sabedoria que constitui o meio para alcançar a felicidade, tanto espiritual quanto material. Quando nos tornamo puros de vida, auxiliados pelos santos sacramentos e pelos bem-feitores de espírito, seremos equânimes e veremos o único Eu refletido em cada coisa. Para a obtenção dessa meta foi anunciada a existência da Organização do Suddha Dharma Mandalam, a fim de divulgar entre os homens o conhecimento e a prática desse antigo e benéfico Dharma. Todos serão bem-vindos como membros da Organização, mas de seu esforço dependerá seu progresso individual.
Om Tat Sat
Sri R. Krishnaswamy Row
SRI R. KRISHNASWAMI ROW
O verdadeiro nome de Babajee, também conhecido como Bowajee, Bawajee ou Darbhagiri Nath, era S. Krishnaswami. Ele juntou-se ao pequeno grupo de trabalhadores da Sociedade Teosófica ainda em Bombaim, entre 1880 e 1881, a pedido do Mestre Kuthumi, de quem era discípulo em provação. Nessa época, ele abandonou seu nome original, denominando-se Babajee. Posteriormente passou a usar o nome Darbhagiri Nath. Ao ser questionado sobre as mudanças de nome, explicou que era um costume entre seu povo mudar o nome quando se tornavam samnyasis ou místicos, ou mesmo alunos de místicos.
Há certa confusão em torno do nome Darbhagiri Nath porque esse era o “nome místico” de outro chela do Mestre Khuthumi, chamado Gwala K. Deb. Em 1882, o Mestre Kuthumi queria que Deb e K. Pillai, um chela em provação, fossem encontrar Sinnet em Simla. Entretanto, Deb nessa ocasião, estava no Tibet e não podia ir em seu corpo físico. Sri Krishnaswami então consentiu que seu corpo fosse usado por Deb, nessa missão. Após o término da experiência oculta, Sri Krishnaswami continuou a usar o “nome místico” de Deb, ou seja, Darbhagiri Nath.
Sri Krishnaswami trabalhava como assistente de Damodar e também mudou-se para Adyar quando a Sede foi transferida para lá. Juntamente com Subba Row e Damodar, ele dividia a responsabilidade por dois terços dos “mayas” do Sr. Hodgson. Quando H. P. Blavatsky deixou a Índia, em março de 1885, C. W. Leadbeater oferecera-se para acompanhá-la, entretanto, Sri Krishnaswami insistiu em vir para a Europa com ela, onde foi seu devotado auxiliar e companheiro por vários meses.
Sri R. Krishnaswami Row foi eminente Vakil da Alta Corte em Madras (Índia), na segunda década do século passado. Foi membro interno da nossa Augusta Ordem e publicou em 1923, o texto sobre Mitra Deva, o “Amigo Divino”, no livro “Suddha Dharma Mandalam”, de Swami Arulambalam.
Notas
- Nesse texto Jagat vem com o significado de processo evolutivo do mundo.
- Existem três qualidades ou atributos da matéria: Tamásica, Rajásica e Sátwica.
- A Editora Ecos da Síntese publicará, em breve, as Obras citadas, traduzidas para o português. Ressaltamos a necessidade do estudo diário do Bhagavad Gita e a leitura das duas Obras citadas, ainda que o membro opte por manter paralelamente o estudo dos livros sagrados de sua religião de origem.
- Subrahmanya aqui citado não se refere a Sir Subrahmanya Iyer, que foi Presidente do Alto Tribunal de Justiça de Madras (Índia) e que proclamou ao mundo a existência do Suddha Dharma Mandalam.
- Os Siddhas que trabalham com Yoga Devi, a Divina Mãe a quem o Suddha Sabha Atma está diretamente ligado, são: Narmada, Mokshadeva, Nandirat, Yoganáyaka, Madhunatha e Dasanatha.
- Siddhis são poderes espirituais.