PERGUNTOU ARJUNA:
Qual o elevado conhecimento, qual é a maneira de atuar, qual é a ciência, e como orientar as ações para capacitar um aspirante a alcançar a Realização Brâhmica (Brahma-Prâpti), que transcende o plano material (Prakrítico)? (Cap.VII, ver. 1)
AQUELE é a Luz de todas as Iniciações; está mais além, iluminando as trevas da existência temporal (tríplice) Samsara; é Onisciente, a Fonte de todo Conhecimento, alcançável através deste mesmo Conhecimento, e mora na Câmara Etérica do Coração de todos os seres. (Cap.VII, ver. 7)
Onde quer que impere o Dharma, aí Se manifesta radiante a Glória da Shakti, como também a imanente Yoga-Shakti, a Tríplice Energia Protetora e sua ciência; igualmente o Gñana-Shakti e sua ciência. Onde está o Dharma, aí está Krishna; onde está Krishna, aí está a Vitória. (Cap. I, ver. 31)
Eu Sou, aqui e sempre, alcançável através da ação impessoal, executada com verdadeiro discernimento, e com o coração pleno de ardente devoção (Shraddhá) devoção a Mim. (Cap. II, ver. 17)
Portanto, através da transcendental compreensão espiritual, qualquer pessoa de elevado conhecimento (inegoísta) e profunda devoção, e empenhada em ações impessoais, alcança a Realização, entrando naquele Estado, no qual já não se aflige nem tampouco se regozija. (Cap. II, ver. 25)
Eu existo transcendentalmente em todas as Minhas manifestações, das quais a nenhuma prefiro ou rechaço. Os aspirantes que devotamente Me reconhecem como tal, cooperando com Meu plano, levo-os à culminação de seus esforços evolutivos. (Cap. III, ver. 4)
Àqueles que são sempre devotados a Mim, e buscam-Me com amorosa adoração, outorgo-lhes Unificante Sabedoria (Buddhi-Yoga), mediante a qual se aproximam de Mim. (Cap. III, ver. 21)
Em verdade, Ò Partha!, os Mahatmas (Aspirantes da mais elevada ordem), estabelecendo contato com o plano da Daivi-Prakriti (a forma mais sutil da Matéria manifestada), adoram-Me (Paramatma) com todo o coração, conhecendo-Me como o Eterno e a Origem de todo o Cosmo. (Cap. III, ver. 22)
Ó Arjuna!, aquele que assim conhece Minha divina manifestação e Meu funcionamento nos Tatwas, dedicando tudo a Mim, não está mais sujeito ao renascimento, e aproxima-se de Mim. (Cap. III, ver. 25)
Este Yogue, com o transcendente conhecimento de que Vasudeva (Paramatma) é o Todo, alcança-Me na culminação do quádruplo esforço; tal Mahatma é muito raro entre os homens. (Cap. IV, ver. 10)
Com os sentidos disciplinados, reconhecendo sua transcendência, e desejosos do bem-estar do mundo, (Loka kainkarya) chegam a Mim. (Cap. IV, ver. 16)
Entre muitas pessoas, somente um aspirante sábio esforça-se por alcançar a Liberação (Moksha Siddhi); daqueles que se empenham em alcançá-la, unicamente o Gñani (Kaschit) conhece-Me por meio dos Tatwas. (Cap. IV, ver. 20)
Ó Partha!, seja qual for o modo como os aspirantes adorem-Me, Eu os enalteço de acordo com seus esforços. Portanto, todos os homens podem seguir a senda que conduz a Mim. (Cap. IV, ver. 24)
Aquele que Me conhece como transcendendo o nascimento, sem princípio, e como o Supremo Senhor do Cosmo, esse, entre os homens, sendo firme no conhecimento átmico, é liberado de todo o pecado e mérito das ações (as envolventes qualidades das dualidades). (Cap. IV, ver. 25)
Aquele que é imune aos resultados dos contatos externos, e busca a alegria interior, consagrando-se ao Brahma-Yoga, alcança a eterna Bem-aventurança. (Cap. IV, ver. 26)
Com a Mente devotada a Mim, ó Partha!, aspirando ao Yoga (disciplina de Síntese), confiando em Mim, escuta como podes conhecer-Me total e positivamente. (Cap. V, ver. 3)
É considerado por Mim, como preceito, que o Samya-Yoga (Vigilância Transcendental) não pode ser alcançado por aqueles de Sentidos e Mente indisciplinados; porém, isto é alcançável pelo esforço disciplinado, por meio de Transcendente Ideação – Suddha Dharma (Upaya) – (Cap.V, ver. 4)
Aquele que Me vê em todas as coisas e vê todas as coisas em Mim, para ele Eu não sou inalcançável, permanecendo Minha graça sempre com ele. (Cap. V, ver. 15)
Seu entendimento (Pragña) é estabilizado, não se alegra pelos eventos auspiciosos, nem se entristece com os acontecimentos adversos. (Cap. V, ver. 20)
Os aspirantes que seguem a senda de Kevala-Sankhya (o mero Tríplice-Samsara), contrário aos Panditas que seguem a senda do Suddha-Sankhya e do Suddha-Yoga, afirmam que as disciplinas do Sankhya e do Yoga são diferentes entre si (desconectadas), e que não há relação entre uma e outra. Em verdade, aquele que é devotado ao Imanifestado ou Imanente (Ekam) alcança a Beatitude, que se logra igualmente em ambas as sendas (Suddha-Sankhya e Suddha-Yoga). (Cap. VI, ver. 9)
Aquele estado a que chegam os aspirantes Sankhyas é também alcançável pelos Yogues. Vê quem vê a Unidade, como também o tríplice (Sankhya-Nishta) e o unitário (Yoga-Nishta) funcionamento. (Cap. VI, ver. 10)
Os Gñana-Yogues conhecem-Me como o Uno e o Múltiplo (Imanifestado e Manifestado), adoram-Me de diversas maneiras através do discernimento átmico. (Cap. VI, ver. 17)
Aqueles cujos méritos e deméritos são transmutados pelo Yoga, atuando desinteressadamente, chegam a conhecer-Me e realizar-Me como a Causa de Tudo, posto que não estão obscurecidos pelo vaivém das dualidades, e assim estão firmemente estabelecidos no Yoga. (Cap.VI, ver. 24)
Quando o Vidente Me vê como a Causa de Tudo, percebe que só as Gunas (Qualidades da Matéria) são a causa próxima de toda ação, e reconhecendo-Me como Aquele que está mais além das Gunas, entende Minha Transcendência (Kaivalya ou Atma-Bhava). (Cap.VI. ver. 25)
Quando o aspirante percebe a multiplicidade (Tríplice Samsara) centralizada no Uno (Yoga ou Samsara Unitário), como também a percebe irradiante e emanando daí (do Uno), ele então entende Brahman. (Cap. VII, ver. 8)
O aspirante, sempre consciente de Mim (Atma), e executando todos os atos (Os Dharmas) consciente de que são dirigidos por Mim, alcança, por meio de Minha Átmica Graça, o eterno estado imutável (Kaivalyam). (Cap. VII, ver. 9)
Logo, por meio desse entendimento, a Busca Suprema deve ser intentada; quando se alcança a Meta, eles (os aspirantes) já não erram. Eu, como o Representante de Brahman, sendo o Refúgio Final e o Supremo Senhor, conheço este Purusha Primordial (Adi ou Mahat) como uma parte de Mim Mesmo, de onde o remoto Cosmo foi manifestado. (Cap. VII, ver. 13)
Aqueles aspirantes que diferenciam o Princípio de Vida da Matéria, que superaram a egoística perspectiva, que são versados na Ciência do Princípio de Vida, executando ações sem apego a seus resultados, liberados das dualidades que geram prazer e dor, e, portanto, sendo conhecedores do Atma como a Causa de Tudo, alcançam (conhecem) aquela Imutável Morada. (Cap. VII, ver. 14)
Aqueles que se rendem a Mim, ainda que sejam de pecaminosa natureza, materialista (Vishyas), ou Sudras (aqueles que confiam inteiramente nos nascimentos como base), alcançam a Senda Suprema (Parâyana ou Senda Suddha). (Cap. VII, ver. 15)
Com maior razão o alcançam aqueles que são conhecedores (Brâhmanas) do Átma como a Causa de Tudo, e também os devotos e Sannyasis (Rajarshis ou Paramahamsas ou Kshatriyas). Aspira tu a Mim (o Princípio de Vida), sabendo que o cambiante processo do mundo (Samsara) e Minha manifestação, de outro modo, seria insípido e desagradável. (Cap. VII, ver. 16)
Aspirantes como os Gñanis (Somapa), Bhaktas (Putapapas) e Karmathas (Yajinaha), conhecendo o funcionamento tríplice, adorando-Me, buscam elevada realização; eles alcançando a transcende Luz da Câmara do Coração (Surendra-Loka), realizam ali as Beatitudes Divinas. (Cap. VII, ver. 17)
Em verdade conhecem-Me aquele que reconhece o Paramatma como a Causa de Tudo, morando no processo do mundo (Samsara), sendo Imutável dentro do mutável. (Cap. VII, ver. 18)
Cujas Mentes moram em Mim, ó Partha!, ao longo de seis meses, Eu os salvarei (Por meio do outorgamento de Buddhi-Yoga) do abismo do oceano de ignorância da existência. (Cap. VII, ver. 23)
O Yogue, depois de haver conhecido este Ensinamento (contido nos seis capítulos do Gñana-Shatkam), transcende a recompensa do mérito atribuído pelos Vedas (de trigúnica natureza) a Yagna (sacrifício), Tapas (austeridade) e Dana (doação ou caridade), alcançando (conhecendo) assim o elevado estado de Mahat-Kaivalya. (Cap. VII, ver. 25)
Ó Kaunteya! A pessoa liberta desta tríplice entrada que leva ao infortúnio, esforça-se para chegar à excelência espiritual, e posteriormente alcança a Suprema Bem aventurança (Brahma-Prâpti). (Cap. VIII, ver. 23)
O aspirante que pratica ações motivadas por desejos pessoais, negligenciando os mandamentos do Shastra (Bhagavad ou Suddha-Shastra), não alcança a Visão da Beatitude Cósmica (Siddhi ou Vibhuti-Yoga), nem Sukha (Benção do Conhecimento), nem a aproximação a Brahman. (Brahma-Samipya). (Cap. VIII, ver. 24)
Portanto, os atos de Yagna (sacrifício), Dana (caridade ou doação), e Tapas (austeridade), realizados por aqueles aspirantes decididos a alcançar a Brahma-Prâpti, devem sempre começar com a entoação do Pranava AUM como dedicatória, tal como está indicado no Vidhi (Bhagavad-Shastra). (Cap. IX, ver. 23)
O epíteto “Sat” (Meritório, Digno) é aplicável à motivação de natureza Sátwica, como também ao propositado anelo de alcançar Brahma-Prâpti. Do mesmo modo, ó Arjuna!, o epíteto “Sat” é apropriado para ser aplicado também à ação que tem por objetivo alcançar a Realização Átmica. (Cap. IX, ver. 24)
Minha Shakti (Maya, governando o processo do mundo – Samsara) – Daivi, Esha e Gunamayi – é difícil de ser sobrepujada. Aqueles que se rendem a Mim (MA – Brahma-Shakti ou Shakti de Síntese) transcendem a influência da tríplice Shakti. (Cap. X, ver. 2)
Aquele que é devotado a Mim (Brahma-Shakti) através do imaculado Bhakti-Yoga, superando a influência das Trigunas (Satwa, Rajas e Tamas), é julgado digno de alcançar a Beatitude Brâhmica. (Cap. X, ver. 24)
Ó Kaunteya!, aprende de Mim, em toda a sua perfeição, a suprema disciplina do conhecimento, com a qual uma pessoa que já transcendeu as Trigunas converte-se em Adepto, logrando, conseqüentemente, a Brâhmica Beatitude (Mukti ou Moksha). (Cap. XI, ver. 1)
O aspirante que, havendo transcendido as dualidades de gosto e desgosto, com claro e unificado entendimento (Buddhi), dirigindo a Mente por meio de Dhriti (Yoga-Shakti ou Energia de Síntese), evitando as atrações dos Sentidos, tais como o som, etc. (Cap. XI, ver.2)
Morando em paragens solitárias, mantendo-se com apropriado regime alimentar, controlando o modo de falar, isto é, a Linguagem (Buddhi), os Sentidos e a Mente (Emocional), sempre desapaixonado, dedica-se à pratica meditativa. (Cap. XI, ver. 3)
Sem egoísmo, não confiando na mera força física, despojando-se da arrogância, da paixão, da ira, sem possessões materiais, generoso e tranqüilo, tal aspirante é digno de alcançar a Beatitude Brâhmica. (Cap. XI, ver. 4)
O aspirante (Dehi), superando assim as Trigunas geradas no corpo, liberado dos males provenientes do nascimento, da velhice e da morte, alcança a Beatitude Brâhmica. (Cap. XI, ver. 5)
Se o aspirante se associa com o predomínio da qualidade Sátwica em sua trajetória evolutiva (Lokayatra ou Sharirayatra), chega a conhecer os elevados planos onde moram os Conhecedores de Brahman. (Cap. XI, ver. 16)
Se ao contrário, ele percorre o caminho do fogo, da luz, do dia, do período da quinzena brilhante, e dos seis meses do caminho do Sol rimo ao Norte (Nivritti – interior ou subjetivo), o aspirante à Brahma-Prâpti progride em direção a ela. (Cap. XI, ver. 21)
Ó Partha!, nenhum aspirante que pratique o Yoga está, conhecendo estas duas sendas (Krishnagati ou Pravritti e Suklagati ou Nivritti), exclusivamente atado a elas; portanto, ó Arjuna!, esteja tu, para sempre, estabelecido no Yoga, transcendendo as sendas de Pravritti e Nivritti. (Cap. XI, ver. 22)
Ó Arjuna!, todo o conjunto das ações (Loka-Vyavasaya, isto é, o Pravritti e o Nivritti do aspirante) implica no retorno do aspirante (ao plano físico) repetidas vezes, até que ele logre a Brahma-Prâpti (O mais alto estado de consciência. Realização Brâhmica), ó Kaunteya!, porém, se Me alcanças (O Atma) através do Yoga, transcendendo os caminhos de Pravritti e Nivritti, nunca mais retornarás. (Cap. XI, ver. 23)
Os aspirantes da ordem dos Mahatmas, dotados de elevada sabedoria, alcançando-Me, não voltam a renascer neste corpo mortal, transitório e cheio de aflições. (Cap. XI, ver. 24)
Ó Arjuna!, esta suprema manifestação cósmica te foi revelada graciosamente por Mim por meio do Poder de Atma-Yoga. Esta manifestação plena de glória, cósmica, infinita e primigênia, nunca foi contemplada antes por ninguém, exceto por ti. (Cap. XII, ver. 29)
Por conseguinte, levanta-te! e alcança a glória; derrota os inimigos e goza da riqueza e da soberania; eles já foram vencidos por Mim. Sê tu, ó Savyasâchin (Aquele que usa ambas as mãos na arte de usar o arco isto é, que é ambidestro), meramente o agente externo de tudo isso. (Cap. XII, ver. 31)
Somente através de completa devoção a Mim (rendição através do Yoga (Ananya-Baktya), posso ser visualizado assim, ó Arjuna!, ainda mais, posso ser conhecido, percebido e aproximado por meio do Tatwa Manomaya-Kosha (Corpo Mental). (Cap. XII, ver. 37)
Pela completa devoção o aspirante conhece-Me como tal, e percebe Minha permanência através dos Tatwas; e depois, conhecendo-Me assim, através deles, alcança o Glorioso Contato. (Cap. XII, ver. 39)
Portanto, durante todo o tempo, esteja atento a Mim, e esforça-te para isto luta; havendo consagrado a Mim teu Manas (Mente) e Buddhi (Intelecto Superior), estando livre de dúvidas, alcançarás a aproximação a Mim. (Cap. XII, ver. 40)
Aquele que compreende, através dos Tatwas, Minhas manifestadas Excelências e Beatífica Unidade, está unido ao imutável Yoga (disciplina de sublimação); nesse estado ele não tem jamais dúvida alguma. (Cap. XIII, ver. 25)
Ó Partha!, o aspirante, exercitado em Abhyasa-Yoga (Karma-Shatka), sem distração mental, e meditando em Mim, alcança o Divino e Supremo Purusha. (Cap. XIII, ver. 26)
Que o Yogue (Aspirante que pratica o Yoga) permaneça em lugar solitário, com a Mente sempre dirigida ao Átma, só, absorto no Uno (Brahman), com Mente disciplinada, desapaixonado e sem apego às possessões. (Cap. XIV, ver. 5)
Com tranqüilidade, sem nenhum temor, em permanente continência, com a Mente quieta, absorto em Mim, e em meditação, que o aspirante aspire chegar a Mim! (Cap. XIV, ver. 9)
Nesse estado, a Mente, controlada pela prática do Yoga, alcança a tranqüilidade, e através da quietude mental, contemplando o Átma, regozija-se NELE. (Cap. XIV, ver. 14)
Deste modo, ele (o aspirante) realiza o Supremo Êxtase, compreensível pelo Entendimento, porém mais além dos Sentidos; mesmo habitando neles (nos Sentidos), ele não declina na disciplina yóguica (Estado yóguico). (Cap. XIV, ver. 15)
O aspirante ao Yoga, purificado de toda mancha (De Swartha-Dosha ou egoísmo), sempre dirigindo sua Mente por meio do Yoga, facilmente alcança o profundo êxtase do contato Brâhmico. (Cap. XIV, ver. 18)
É considerado Yukta aquele aspirante ao Yoga que, dotado de entendimento e discrição, atuando perfeitamente durante o alinhamento dos veículos, vitorioso sobre os Sentidos, reconhece Brahman compenetrando tudo, seja em um pedaço de argila, em uma pedra ou no ouro. (Cap. XIV, ver. 19)
O aspirante ao Yoga, ainda que sua prática seja imperfeita, lutando com grande esforço, corrigido de toda fraqueza ou debilidade, passando por muitos renascimentos, e quando aperfeiçoado por meio das Iniciações (conferidas pelos Suddhacharyas), conseqüentemente alcança a Meta Suprema. (Cap. XIV, ver. 25)
Entre todos os aspirantes ao Yoga, considero como um perfeito Yukta aquele que, inspirado com fervor puro (Shraddhá), adora-Me, com a Mente fixa em Mim. (Cap. XIV, ver. 26)
Eu, uma vez mais, revelar-te-ei esta Suprema Sabedoria, aculminância de todo Conhecimento. Conhecendo tal Sabedoria, e transcendendo o tríplice e multiforme Samsara (Processo do mundo), todos os Videntes alcançam a mais elevada Meta. (Cap. XV, ver.1)
Logrando Suprema Sabedoria, eles se aproximam de Meu Dharma (Bhagavad Dharma ou Suprema Lei); não estando impedidos pela escravidão dos apegos, eles não lutam, seja atuando objetiva ou subjetivamente no processo do mundo (Samsara). (Cap. XV, ver. 2)
Os aspirantes devotados aos Devas (Aspectos Meus) a eles vão; e os que veneram os Manes, a eles chegam; os materialistas participam de empreendimentos materiais; ao passo que, aqueles que Me adoram como Paramatma, chegam a Mim. (Cap.XV, ver. 13)
O Sol (Faculdade Cognoscitiva) não O revela (não O abarca); nem a Lua (Faculdade da Mente-Emocional); nem o Fogo (Faculdade dos Sentidos). Este é o Meu Estado Supremo, o qual, sendo conhecido, aqueles que o alcançam jamais se afastam DELE. (Cap. XV, ver. 24)
Qualquer pessoa que, dedicada exclusivamente a Mim, na culminação de cada ato, dedique seus frutos e ele mesmo a Mim, ainda quando esteja empenhada no processo do mundo (Samsara), sem dúvida alguma Me alcançará. (Cap. XVI, ver. 5)
Ó Kaunteya (Arjuna)!, aquele que, na culminação de cada ato, dedicar seu próprio ser a qualquer um de Meus Aspectos, sempre atento a isto, igualmente O alcançará. (Cap. XVI, ver. 6)
Ao aspirante que, com o coração cheio de devoção, concentre-se em Mim longamente, mesmo que seja de vez em quando, a esse Yogue (espiritualmente harmonizado) Eu Sou facilmente acessível. (Cap. XVI, ver. 7)
Alcança o Divino Purusha (Brahma-Prâpti), fixando-se corretamente a inteligência (prana) entre as sobrancelhas, durante o alinhamento dos corpos (Kosha-Sankramanam), na pratica meditativa e permanecendo sem distração mental, devotado e com Yóguico poder. (Cap. XVI, ver. 9)
O Imanifestado é o Akshara (Princípio de Vida). Os Videntes afirmam ser Ele a Suprema Meta, que, quando alcançada, os aspirantes não regressam (não retrocedem mais). Este é o Meu mais elevado Estado. (Cap. XVI, ver. 15)
Ó Partha!, este é o Supremo Purusha alcançável por meio da total devoção yóguica. Nele todas as criaturas existem, e por Ele tudo é compenetrado. (Cap. XVI, ver. 16)
Quanto aos Devas (Aspectos do Purusha), se a eles são dedicados os frutos das ações (Yagna), concedem aos aspirantes uma salutar prosperidade. Aquele que desfruta (ele mesmo) dos frutos das ações, sem dedicá-los (à Divindade) é, verdadeiramente, de limitado entendimento. (Cap. XVI, ver. 17)
Os Santos, que praticam as ações dedicando-as à Divindade, são liberados de todas as debilidades; porém aqueles de limitado entendimento, que se esforçam para seu próprio proveito (sem fazer tal dedicação), verdadeiramente ficam atados por seus atos (Papa e Punya). (Cap. XVI, ver. 18)
Ao aspirante que executa as ações sem dedicá-las ao Supremo, as Manifestações Brâhmicas não concedem êxtase átmico; o êxtase advém àquele que reconhece o Átma; e ele, por isso, dedica todos os frutos de seus atos a Ele. (Cap. XVI, ver. 22)
Aqueles que Me reconhecem como o Akshara em relação ao Adhi-Bhuta (a Prakriti ou Matéria em evolução), como Adhi-Daiva (Purusha) e como Adhi-Yagna (o Morador Interno), sendo disciplinados no Yoga, reconhecem-Me mesmo durante sua atuação no processo do mundo (Samsara). (Cap. XVI, ver. 25)
Os aspirantes que, devotados a Mim, esforçam-se por meio do Yoga, ansiando libertar-se das injunções do nascimento, da morte (Jara) e da ignorância (Marana), conhecem o Tat-Brahman, Sua completa natureza e Seu cósmico labor (atuação). (Cap. XVI, ver. 26)
A ti que és isento de inveja, Eu revelarei o mais oculto e discernente Conhecimento, conhecendo-o serás liberado de toda infelicidade (Tríplice-Samsara: nascimento, morte, etc.) (Cap. XVII, ver. 1)
Ó Parantapa!, aqueles que não estão inspirados com fervor (Shraddhá) por essa Ciência (Dharma) não Me alcançam, e retrocedem ao caminho que conduz à ignorância do conhecimento átmico. (Cap. XVII, ver. 3)
Repousa tua Mente somente em Mim; estabelece tua Inteligência em Mim; então morarás unicamente em Mim. Assim, todas as tuas dúvidas dissipar-se-ão. (Cap. XVII, ver. 15)
Porém, se não és capaz de repousar tua Mente e tua Inteligência (Chitta) firmemente em Mim, então, ó Dhananjaya!, (Arjuna), busca alcançar-Me através do Abhyasa-Yoga (Descrito do capítulo XIV ao XIX do Karma-Shatkam). (Cap. XVII, ver. 16)
Porém, se não és capaz de realizar também esta prática, então dedica todos os teus atos a Mim. Assim alcançarás o Siddhi (Atributos de perfeição – poderes espirituais superiores). (Cap. XVII, ver. 17)
E se ainda não tiveres forças para fazer isso, sendo devotado a Mim, então, com Mente desapaixonada, renuncia a todo fruto da ação. (Cap. XVII, ver. 18)
Por meio da simples prática (Abhyasa) o conhecimento é enriquecido; por meio do conhecimento enriquecido, a meditação é iluminada; com o resultado de tal meditação, é facilitada a devida dedicação dos frutos das ações; e como conseqüência de tal dedicação, advém a paz. (Cap. XVII, ver. 19)
Os Sábios (Artha), superando as dualidades, com a Mente controlada, dedicados a promover a felicidade dos mundos, assim, livres de todas as debilidades, alcançam o Êxtase Brâhmico. (Cap. XVII, ver. 20)
Os Yatis (Artharthi ou discípulos avançados, sábios e puros), que estão livres da ira e das paixões, com a Mente bem dirigida, reconhecendo o Princípio de Vida, muito em breve e facilmente obtêm o Êxtase Brâhmico. (Cap. XVII, ver. 21)
O Sábio (Jignâsu), buscando a Liberação, livre de desejos, medo e ira, com os Sentidos, a Mente e a Inteligência disciplinados, sem dúvida A alcança. (Cap. XVII, ver. 23)
O Aspirante (Gñani), reconhecendo que todas as ações Cognitivas, Emocionais e dos Sentidos são dirigidas a Mim, conhecendo-Me como o Supremo Senhor de todo o Cosmo, e como o Bem-amado de todos os seres, alcança a Paz. (Cap. XVII, ver. 24)
Os aspirantes de Mente controlada e associada a Buddhi (Intelecto superior ou intuição), renunciando ao fruto da ação, são liberados da escravidão do nascimento e da morte (Pravritti e Nivritti); assim eles alcançam o estado de Bem-aventurança. (Cap. XVIII, ver. 11)
Nessa condição não há perda de esforço, nem existe qualquer transgressão à Lei (Suddha-Dharma); mesmo um pequeno esforço para se pôr de acordo com essa Lei (a transcendência do resultado da ação), dá segurança ante os perigos naturais do processo do mundo (Samsara). (Cap. XVIII, ver. 12)
Quando teu entendimento, iluminado pela revelação, obtiver firme convicção, livre de dúvidas, alcançarás a serenidade durante a meditação, e então lograrás realizar o Yoga. (Cap. XVIII, ver. 14)
A pessoa que, livre de toda paixão, atua desapegadamente, e, estando livre de posses materiais, sendo impessoal, alcança a paz. (Cap. XVIII, ver. 23)
Ó Partha!, esta é a Brâhmica ou transcendente condição, que, uma vez alcançada pelo aspirante, seu discernimento átmico jamais será obscurecido. Permanecendo assim, na culminação de cada Vyavasaya (como também ao final de um nascimento, isto é de uma encarnação), ele alcança o Êxtase Brâhmico. (Cap. XVIII, ver. 24)
Ó tu de grandes façanhas!, todavia, para aquele que carece de discernimento sintético, é difícil renunciar ao fruto da ação; o Sábio (Yoga-Yukta), que possui tal discernimento, logo alcança a Bem-aventurança Brâhmica (transcendência). (Cap. XIX, ver. 4)
Ó tu, o melhor dos Bháratas!, como um verdadeiro primeiro passo, dirigindo espiritualmente os Sentidos (Gnanendriyas ou Sentidos Cognoscitivos) transcende o apaixonamento que obstrui todo Entendimento e Conhecimento. (Cap. XIX, ver. 25)
O aspirante alcança a Realização Espiritual (Brahma-Prâpti) praticando os diversos atos que conduzem a ela. Ouça de que modo um aspirante, assim devotado, alcança a Meta. (Cap. XX, ver. 2)
Uma pessoa alcança a Realização pela dedicação de todas as ações motivadas por Swabhava (A natureza própria ou inerente de cada um, caráter pessoal) Aquele do Qual o processo do mundo (Samsara) emana, e por Quem tudo é compenetrado. (Cap. XX, ver.3)
O aspirante cuja única alegria é a Realização Espiritual, cuja Mente alcançou a tranqüilidade (Livre de objetivo passional), e que encontra o êxtase no Atma (Princípio de Vida), para ele não existe fruto de ação, ocupando-se sempre impessoalmente em atos necessários e legítimos. (Cap. XX, ver. 20)
Reconhecendo a Divindade como Onipresente e Transcendente, o aspirante não falha no Entendimento Dela, conseguindo, mais adiante, alcançar a excelsa Meta. (Cap. XX, ver. 24)
Aspirando conhecer o Atma, absortos Nele, disciplinando-se para obter esse conhecimento na elevada Senda, os aspirantes, com todas as suas fraquezas purificadas pela Sabedoria Espiritual, alcançam - NO, de onde não há qualquer retorno. (Cap. XX, ver. 25)
Aqueles que, com o olhar do Conhecimento, descobrem a mútua relação entre o Kshetra (Prakriti ou Matéria) e o Kshetragna (Atma ou Princípio de Vida), como também o modo de libertar-se da escravidão da Matéria, alcançam a Suprema Meta. (Cap. XXI, ver. 24)
Deste modo foi revelada, em sua totalidade, a verdade a respeito do corpo (Kshetra ou Prakriti), a Meta que deve ser conhecida (Purusha ou Kshetragna), e também o conhecimento dos meios para consegui-la; Meu devoto, conhecendo isto, capacita-se a alcançar o discernimento átmico. (Cap. XXI, ver. 25)
Por virtude (Amrtam) do fruto, originado em conseqüência de tal dedicação espiritual (Yagna), os aspirantes alcançam Brahma-Prâpti. A existência aqui (nesta terra ou corpo) não é agradável para os personalistas e indisciplinados. Como então poderiam eles alcançar Prâpti, ó Kurusattama (Arjuna)? (Cap. XXII, ver. 14)
Assim, muitos e variados Yagnas finalmente conduzem à Brahma-Prâpti; considera-os todos como gerados através do esforço; assim sabendo serás liberado. (Cap. XXII, ver. 15)
A serenidade, o domínio dos Sentidos, a austeridade, a pureza, o perdão, a retidão, como também o conhecimento, o discernimento, e a fé em Brahma constituem o Brahma-Karma, gerado pelo Atma no veículo prakrítico. (Cap. XXII, ver. 17)
O aspirante desapaixonado, com a Mente bem disciplinada e livre de possessões pessoais, mesmo atuando no processo do mundo (Samsara), não encontra obstáculos que o impeçam de alcançar Brahma-Prâpti. (Cap. XXII, ver. 25)
Aquele que Me adora assim, com tal fervor (Shraddhá), alcança a realização de seus anelos, outorgada, em verdade, por Mim. (Cap. XXIII, ver. 2)
Tanto aqueles que têm discernimento átmico, como aqueles que não o possuem, sendo devotados à adoração a Meus Aspectos, obtêm frutos de acordo com seus respectivos anelos; porém, o gozo que resulta da adoração a Meus Aspectos é limitado, enquanto que da adoração transcendental, átmica ou sintética, advém a Realização Brâhmica. (Cap. XXIII, ver. 6)
Portanto, pratica desapegadamente todos os atos necessários; a pessoa que os cumpre de forma desapaixonada alcança a Suprema Meta. (Cap. XXIII, ver. 19)
Ó Kaunteya!, a execução de atos, sem propósito dedicatório (Sem dedicação à Divindade), engendra escravidão naquele que está empenhado no processo do mundo (Samsara); portanto, por esse motivo (Yagna), pratica todas as ações desinteressadamente, para obteres a Liberação. (Cap. XXIII, ver. 21)
Com a Mente absorta em Mim, sê tu Meu devoto, e rendendo-te a Mim, dedica a Mim todos os teus atos. Com este proceder, podes estar absolutamente certo de que Me alcançarás, Eu te asseguro, a ti que és Meu bem-amado. (Cap. XXIII, ver. 24)
O que é Ação (Karma), e o que é Não-Ação (Akarma)? Mesmo os Sábios estão confusos sobre isso; portanto, Eu te revelarei o significado de Karma, por meio de cujo conhecimento poderá ser liberado de sua escravidão. (Cap. XXIV, ver. 2)
Aquele que, com a Mente bem disciplinada, mantém-se sereno em meio às dualidades de calor e frio (contatos dos Sentidos), de prazer e dor (contatos da Mente Emocional), como também de censura e elogio (contatos cognoscitivos), está bem próximo de alcançar a graça do Grande Princípio de Vida. (Cap. XXIV, ver. 12)
O aspirante que percebe o Princípio de Vida (Atma) residindo no amigo. No ser amado, nos Sábios, nos estranhos que lhe são indiferentes, no neutro, no inimigo, nos parentes, como também naqueles que têm e nos que não têm discernimento átmico, logra excelência em sua atuação no processo do mundo (Samsara). (Cap. XXIV, ver. 15)
Em verdade não há nada no processo do mundo (Samsara) que purifique tanto como o entendimento espiritual; o aspirante que é destro no Yoga, através da sincronização (sincronização dos veículos ou corpos sutis) em si mesmo, conquista a Realização Átmica. (Cap. XXIV, ver. 20)
O aspirante, com os Sentidos disciplinados, sendo devotados ao Princípio de Vida, e inspirado pelo fervor (Shraddhá), logra o entendimento sintético com o qual alcança, sem demora, a Suprema Paz. (Cap. XXIV, ver. 21)
Sendo devotado ao Princípio de Vida por meio da dedicação dos frutos de todas as ações, sejam estes frutos auspiciosos ou não, serás liberado de sua escravidão (escravidão kármica); sendo assim liberado, tu Me alcançarás. (Cap. XXIV, ver. 23)
Ó Pândava!, aquele que dedica a Mim suas ações, que Me conhece como o Supremo, sendo Meu devoto, desapaixonado, sem odiar a nenhum ser, posto que Eu em todos eles habito, chega a Mim (Atma). (Cap. XXIV, ver. 24)
Sou o Sintetizador (Kala) de todos os Dharmas; venho para transcender as idéias separatistas dos seres, manifestando-Me aqui para consumar o processo do mundo (Samsara) (para capacitá-los a alcançar a bem-aventurança). Destes guerreiros que estão entre as hostes inimigas (Representando o Deva e o Asura-Bhavas [Divino e Demoníaco] no Tríplice - Samsara), ninguém, exceto tu (e aqueles que alcançaram a Suprema Iluminação através da atuação em Ekatwa (Ação transcendente [Yoga ou Síntese]), alcançará a transcendente Meta. (Cap. XXV, ver. 2)
Ó Tu, o primeiro dos homens!, aquele que possui iluminação espiritual (Yóguica) é digno da bem-aventurada Realização; ele, tendo transcendido as dualidades tais como o prazer e a dor (que surgem no Tríplice-Samsara), já não é perturbado por elas. (Cap. XXV, ver.3)
Ó Kurunandana (Arjuna)!, o entendimento de um aspirante, iluminado com discernimento átmico, o conduz à Síntese (Yoga) no processo do mundo (Samsara); porém aqueles que estão privados desse iluminado entendimento são distraídos pelas variadas multiplicidades. (Cap. XXV, ver. 4)
Como as águas penetram no oceano imenso, simbolizando a plenitude que nunca decresce, assim, aquele, no qual todos os desejos são neutralizados, alcança a Suprema Paz. Não sucede o mesmo com aquele que alimenta ideação passional. (Cap. XXV, ver. 5)
Para aquele que executa a transcendente atuação, a Beatitude Brâhmica é alcançável. Para ele toda dedicação é da mesma essência de Brahman (transcendência); a oferenda (Cognoscitiva referente aos Sentidos cognoscitivos ou Gñanendriyas) é de Brahman; o fogo (Sentidos) é de Brahman, e o adorador (Mente-Emocional) é também de Brahman. (Cap. XXV, ver. 6)
Portanto, eliminando as internas e obscurecedoras dúvidas, engendradas pela ignorância, através do fio da espada do Atma-Gñana, recorre à disciplina do transcendente Yoga. Ergue – te, ó Bhárata!, para executar a Transcendente Ação. (Cap. XXV, ver. 7)
O aspirante que se regozija no Átma, que repousa no Átma, que é iluminado com a interna Luz do Átma, é um Yogue. Sendo de natureza transcendente, ele alcança o Êxtase Brâhmico. (Cap. XXV, ver. 8)
Assim o Yogue, sempre absorto no Átma, com Mente disciplinada, alcança a Paz Brâhmica em Mim. (Cap. XXV, ver. 9)
O Supremo Êxtase advém ao Yogue cuja Mente está pacificada, cujas paixões estão dominadas, e que está livre de debilidades; assim ele está afinado com a Natureza Brâhmica. (Cap. XXV, ver. 10)
O Atma-Yogue (Suddha-Yogue) supera o Bhakti-Yogue (Tapasvins); ele é considerado superior mesmo ao Gñana-Yogue. Este Atma-Yogue ultrapassa também o Karma-Yogue; portanto, ó Arjuna, converte-te em um Atma-Yogue. (Cap. XXV, ver. 11)
Todos estes aspirantes são talentosos conhecedores; entretanto, considero aquele que tem discernimento átmico (Gñani ou Mahatma) como sendo verdadeiramente Eu Mesmo, desde que ele, sendo sempre um Yukta, harmonize - se com Meu estado de Suprema Transcendência. (Cap. XXV, ver. 12)
Controlando todas as portas dos Sentidos, repousando a Mente Emocional no coração, elevando a Consciência (Buddhi) até a cabeça (entre as sobrancelhas ou Ajna-Chakra) empenhado no processo yóguico. (Cap. XXV, ver. 13)
Ele, o aspirante, entoando a Sílaba Mística AUM (Pronuncia-se OM) (o transcendente Pranava de Brahman), meditando na Brahma-Shakti (Poder Divino Feminino – MA) e dedicando seu ser a Mim (Átma) juntamente com o fruto de todas as suas ações, alcança a Suprema Transcendência. (Cap. XXV, ver. 14)
Ó Gudakesha (Dominador do Sono – Arjuna)!, Eu Sou o Princípio de Vida no coração de todos os seres; Sou seu Princípio (Origem), Meio (o Realizador, no mundo manifestado) e sua Culminação (a Transcendente Meta, Brahma-Prâpti). (Cap. XXV, ver. 15)
Com a Mente absorta em Mim, sê tu Meu devoto; dedicando a Mim todos os teus atos, e rendendo teu ser a Mim, busca refúgio em Mim (Átma); deste modo, disciplinando-te, tu Me alcançarás. (Cap. XXV, ver. 20)
Sendo o aspirante de natureza Brâhmica (transcendente), e agraciado com discernimento átmico, não se aflige nem se apaixona; compreendendo a Imanência Brâhmica em toda a criação manifestada, ele alcança Meu supremo afeto. (Cap. XXV, ver. 22)
Busca-O. ó Bhárata!, como a Universal Imanência; por meio de Sua Graça, alcançarás a Suprema Paz e a Eterna Plenitude. (Cap. XXV, ver. 24)
Sintetizando NELE todos os Dharmas evolucionários, busca o Único Brahman (Ekam) e Sua Suprema Shakti (MA ou Poder Divino Feminino). Eu, como Ishwara (Átma) que reside no coração, libertar-te-ei de todos os pecados (Papa) e dos méritos temporais (Punya). Não sucumbas oprimido pela tristeza! (Cap. XXV, ver. 25)
Aquele que está livre de desejos, que é impessoal, versado, que não é afetado por nada, que transcendeu a dor e o prazer, e cujas ações são dedicadas ao Princípio de Vida, sendo Meu devoto, é muito amado por Mim. (Cap. XXVI, ver. 3)
Verdadeiramente o fruto da ação, obtido por aqueles de limitado entendimento, não é duradouro. Os adoradores dos Devas (Aspectos Meus) a eles vão; porém Meus adoradores chegam a Mim (Átma). (Cap. XXVI, ver. 5)
A execução das ações com discernimento átmico (Swadharma), transcendendo a influência trigúnica, supera as ações que, embora sejam bem executadas, estão sob a influência das Trigunas (Paradharma), nascidas da Matéria (Prakriti). As ações dedicadas à Divindade culminam na liberação da escravidão conduzindo à Bem-aventurança, enquanto que a outra forma de atuar (isto é, sem a devida dedicação) está cheia dos perigos advindos do nascimento e da morte (e das conseqüentes limitações e males advindos da ignorância). (Cap. XXVI, ver. 7)
Os aspirantes, que estão constantemente de acordo com esta Minha Lei (Suddha Dharma), inspirados com fervor átmico (Shraddhá) e livre de inveja, são liberados da escravidão das ações. (Cap. XXVI, ver. 8)
Abençoados são os Kshatriyas, ó Partha!, que se empenham em tais batalhas (trabalho ou ações – ações necessárias sem apego a seu fruto) que são para eles uma oportunidade divinamente designada, a qual os conduzirá diretamente à bem-aventurada Meta. (Cap. XXVI, ver. 14)
Se combatendo (atuando com discernimento átmico), fores morto na batalha (execução das ações), alcançarás a Bem-aventurança; ou se viveres, vitorioso, serás igualmente bem-aventurado neste mundo; portanto ergue-te, ó Kaunteya!, decidido a lutar (Executar impessoalmente o trabalho [ou ação] legítimo e necessário). (Cap. XXVI, ver. 19)
Ó tu, Imaculado!, este é o mais oculto Ensinamento revelado por Mim; conhecendo-o, o aspirante adquire iluminação no entendimento e é, ó Bhárata!, um a mais entre os que têm triunfado. (Cap. XXVI, ver. 25)
Aquele que transmitir este Supremo Segredo a Meus devotos, sendo assim extremamente devotado a Mim, sem dúvida Me alcançará. (Cap. XXVI, ver. 27)
A ninguém, entre os homens, amo tanto quanto a ele; nem há aqui ninguém mais amado por Mim! (Cap. XXVI, ver. 28)
Até aquele que escutar este Ensinamento, sendo sério e isento de inveja, será liberado e alcançará os auspiciosos reinos dos Virtuosos. (Cap. XXVI, ver. 30)
Por meio do Supremo Ensinamento Oculto, que revela o Princípio de Vida (Átma) sobre o Qual me falaste atento à minha felicidade espiritual, minha ignorância foi dissipada. (Cap. XXVI, ver. 35)
Shanti, Shanti, Shanti