O Śuddha Sabha Ātma (Pura Morada do Ser), instalado na Fazenda Mãe Natureza, foi estabelecido na Cerimônia da Lua Cheia de Maio de 2006, simultaneamente com a consagração de seu Sanku. A sua estrutura segue o modelo do primeiro Śuddha Sabha, constituído na Índia em 21 de janeiro de 1924. A área definida para a sua constituição obedeceu aos critérios gerais estabelecidos pelo primeiro Śuddha Sabha: (1) local devidamente retirado das aglomerações dos centros urbanos; (2) próximo a um rio e com fontes naturais de água; e (3) com os arredores limpos e saudáveis, com jardins e plantações. Célula do Śuddha Dharma Maṇḍalam (Círculo de Convergência para a Essência do Sagrado), dirigida pelo Gnana Dhatha (Instrutor Espiritual) Francisco Barreto, o Śuddha Sabha Ātma constitui o Núcleo Espiritual Central da Grande Síntese e estabelece as diretrizes para todos os seus distintos projetos. Conta com uma direção administrativa própria e tem as suas atividades principais definidas no seu Regimento Interno.
O Śuddha Sabha Ātma tem por finalidade a criação de condições e circunstâncias que propiciem a promoção do sentimento da essência (śuddha) do sagrado (dharma), ou seja, do sentimento de que a vida como um todo, bem como este planeta, são sagrados e assim deveriam ser tratados. As suas atividades estão direcionadas à elevação de todos os seres, de acordo com os três seguintes aspectos principais da disciplina espiritual, segundo os quais se estimula o despertar do sentimento da presença do sagrado em si mesmo e da consciência de unidade em todo o universo:
1. O cultivo individual, em pensamentos, palavras e obras, das oito qualidades essenciais do Ser, descritas na Bhagavad Gītā (tolerância, compaixão, paz de coração, ausência de cobiça, pureza integral, ausência de egoísmo, perseverança e irradiação de felicidade para todos os seres);
2. A manifestação na vida em sociedade dos quatro princípios fundamentais da Ciência do Sagrado (não-ofensividade, veracidade, serviço impessoal para o bem comum e meditação sobre a natureza sagrada do Ser); e
3. O estudo contínuo da literatura da Ciência do Sagrado, o qual nos possibilita alcançar a consciência da Unidade da Vida (Bhavana). Os membros internos do Śuddha Sabha Ātma assumem, por iniciativa própria, o compromisso pessoal (sankalpa) de seguir com fidelidade as práticas (Sadhana) do Śuddha Darma. Em suma, procuram (1) manter momentos diários de recolhimento e meditação e cultivar (2) a disciplina mental, (3) o desapego e (4) o equilíbrio diante das vicissitudes da vida (agradáveis ou desagradáveis); reconhecendo, deste modo que (5) os males provenientes do nascimento, das enfermidades, da velhice e da morte, fazem parte da vida, a qual deve ser considerada um ato de Yoga. Dentre os deveres fundamentais dos membros do Śuddha Sabha Ātma constam: (1) o estudo constante da Ciência do Sagrado, à luz do Pranava OM; (2) o cultivo em si próprio e nos demais da equanimidade; (3) a realização do gradual sacrifício do ego, até o encontro com o Supremo Ser que reside no coração; (4) o estabelecimento de yajnas pelo bem dos demais; (5) a entrega à vontade divina, de forma progressiva e irrestrita, por meio das práticas de meditação e Śuddha Yoga; e (6) a preservação do Dharma, ou seja, das sagradas leis de funcionamento do Ser, por meio do contínuo e constante empenho de purificação e preservação dos seus distintos corpos.
Existem ainda vinte e seis normas de conduta, cultivadas no Śuddha Sabha Ātma, que servem como referência para todas as ações. São elas:
1. Ausência de medo ou temor;
2. Natureza pura;
3. Firme convicção na Síntese de todo conhecimento (Yoga);
4. Doação (caridade) e ajuda desinteressada;
5. Domínio dos sentidos;
6. Oferenda com invocação (Yagna);
7. Estudo Espiritual;
8. Austeridade;
9. Retidão;
10. Impossibilidade de ferir;
11. Veracidade;
12. Ausência de desejos de vingança;
13. Atitude dedicada;
14. Calma, serenidade e tranquilidade;
15. Não envolver-se em atos de natureza inferior;
16. Compaixão por todos os seres;
17. Ausência de cobiça;
18. Afabilidade;
19. Humildade;
20. Perseverança;
21. Magnanimidade;
22. Perdão;
23. Atitude conciliadora;
24. Pureza integral (física, mental e de coração);
25. Incapacidade de iludir ou enganar;
26. Superação da vaidade e da presunção, transcendendo o egoísmo.